Nesta terça-feira (19), mais uma vez, a falta de coleta de lixo foi tema central de reclamações dos petropolitanos. Em diversos bairros do município, a cena de lixeiras lotadas, com sacolas tomando as ruas se tornou comum, causando indignação nos moradores.
“Em Araras, é tudo lixo. Desde a guarita até o ponto final do ônibus no Malta. Há três semanas a coleta não é efetuada e o entulho também aguarda pela remoção nas lixeiras. O bairro está abandonado. Sendo mais preciso, o município está abandonado. São montanhas de lixo. É lamentável”, desabafa um morador de Araras.
Outro petropolitano denunciou a situação na 24 de Maio, próximo à Escola Municipal Clemente Fernandes. “Fui visitar minhas sobrinhas e a rua estava cheia de lixo”, afirmou.
Duques, Espírito Santo, Moinho Preto e Meio da Serra são outros locais onde o acúmulo de lixo está sendo um incômodo para os moradores.
Crise se arrasta há mais de um ano
A crise da coleta de lixo em Petrópolis se arrasta há mais de um ano e é tema de processos na 4ª Vara Cível e no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). O problema começou em 2022, quando o contrato com o consórcio Limp-Serra chegou ao fim e o TCE recomendou a realização de uma nova licitação. Desde então, a Prefeitura tem recorrido a contratos emergenciais para manter o serviço, enfrentando sucessivas paralisações e questionamentos judiciais.
Em 2023, a Comdep assumiu a gestão dos contratos e a mão de obra, mas as licitações planejadas para junho foram suspensas pelo TCE por suspeitas de irregularidades. A Prefeitura, então, fechou contratos emergenciais com empresas como PDCA, AMI3 e Força Ambiental. No entanto, esses acordos também foram alvo de investigações, incluindo denúncias de preços abusivos no transporte de resíduos e possíveis irregularidades na contratação emergencial. O fechamento de um transbordo usado pela AMI3 agravou a situação, obrigando os caminhões da coleta a irem até Três Rios para o aterro sanitário.
A proprietária do transbordo é a PDCA. A empresa tem reafirmado que está disponível para fechar novo acordo diretamente com a Comdep e não mais com a AMI3. Também demonstra preocupação com a crise.
Em 2024, novas tentativas de licitação voltaram a ser interrompidas pelo TCE devido a falhas nos editais. Enquanto isso, a Comdep tem firmado contratos emergenciais de curto prazo. Desta vez, já prevendo um número maior de caminhões, para tentar suprir a ida a Três Rios, o que não tem dado efeito.
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Questionada sobre a situação da coleta de lixo, a Comdep não se manifestou.