• Azul reverte prejuízo e reporta lucro líquido de R$ 2,65 bilhões no 1º trimestre

  • 09/05/2022 09:43
    Por Juliana Estigarríbia e Luísa Laval / Estadão

    A Azul registrou lucro líquido de R$ 2,65 bilhões no primeiro trimestre de 2022, revertendo prejuízo de R$ 2,65 bilhões no mesmo período de 2021, informou a companhia em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira (9). No critério ajustado, a aérea reportou prejuízo líquido de R$ 808,4 milhões no período, ante perdas de R$ 1,06 bilhão em igual intervalo do ano passado.

    A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 592,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 357,1% em relação a igual período de 2021. Com isso, a companhia encerrou o período com margem Ebitda de 18,6%, avanço de 11,5 pontos porcentuais na comparação anual.

    “Sem o impacto da Ômicron, estimamos que o Ebitda teria sido próximo de R$ 900 milhões”, disse em balanço o CEO da Azul, John Rodgerson. Ele acrescentou que a companhia encerrou o trimestre com nove meses consecutivos de “forte e crescente demanda de lazer”, ao mesmo tempo em que o corporativo “acelerou rapidamente”, permitindo a elevação das tarifas para compensar o aumento dos preços dos combustíveis.

    A receita líquida total de R$ 3,2 bilhões de janeiro a março foi recorde e um avanço de 74,9% sobre igual intervalo do ano passado e de 25,6% ante o mesmo período de 2019, nível pré-pandemia. A receita de passageiros atingiu R$ 2,84 bilhões no primeiro trimestre, alta de 77,9% na comparação anual. Já a receita de cargas e outros totalizou R$ 350,1 milhões no período, aumento de 53,4% na mesma base de comparação.

    De acordo com Rodgerson, atualmente, as tarifas estão em níveis recordes, muito acima de 2019. Em comparação a 2019, a receita corporativa “recuperou mais de 120%, enquanto o tráfego corporativo ainda está em 71% dos níveis pré-pandemia.” “Embora tenhamos enfrentado desafios operacionais de curto prazo devido à Ômicron durante o primeiro trimestre de 2022, este efeito já ficou para trás.”

    Projeções

    A Azul também divulgou nesta segunda suas projeções (guidance) para 2022 e 2023, nas quais espera aumentar a capacidade em aproximadamente 10% neste ano em comparação com 2019. A empresa destaca que alcançou um recorde de 151 destinos atendidos no primeiro trimestre.

    “Também vimos nove meses consecutivos de forte e crescente demanda de lazer, ao mesmo tempo em que o corporativo acelerou rapidamente. Como resultado, esperamos crescer a capacidade total em aproximadamente 10% em 2022 em comparação com 2019”, afirma.

    A companhia também espera aumentar a receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (RASK) em mais de 20% no ano de 2022 em comparação com 2019. De acordo com fato relevante, a empresa terminou o primeiro trimestre com tarifas em níveis recordes tanto no segmento de lazer quanto no segmento corporativo.

    “Em comparação com 2019, a receita corporativa já recuperou mais de 120%, enquanto o tráfego corporativo ainda está 71% dos níveis pré-pandemia, indicando potencial de recuperação adicional. Continuamos confiantes de nosso potencial de receita para 2022 e estimamos que nosso RASK aumentará mais de 20% em 2022 em comparação com 2019”, observa.

    Além disso, a Azul estima gerar Ebitda de R$ 4 bilhões em 2022 e de R$ 5,5 bilhões em 2023. A empresa aponta que permanece fortemente focada na execução do plano de negócios para 2022, com ênfase na expansão da malha exclusiva, com disciplina na gestão de capacidade e ganhos de eficiência. A estimativa considera o cenário atual de demanda, combustível e câmbio, mesmo com o impacto da variante Ômicron no primeiro trimestre. Em 2019, a empresa registrou Ebitda recorde de R$ 3,6 bilhões.

    Por fim, a empresa aérea espera terminar 2022 com alavancagem calculada pela relação dívida líquida/Ebitda dos últimos doze meses começando com 5 vezes, incluindo caixa e equivalentes de caixa, investimentos de curto prazo e contas a receber, além de excluir debêntures conversíveis.

    “Considerando o cenário atual de recuperação da demanda e aumento da receita já realizado em 2022, além de nossa estratégia de desalavancagem e geração de Ebitda, estamos confiantes de que poderemos terminar o ano de 2022 com uma alavancagem começando com 5 e continuar a reduzir nossa alavancagem organicamente, levando-a para níveis começando com 4 em 2023 e com 3 em 2024”, conclui a empresa.

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