Auxílio taxista: 870 condutores devem receber o benefício em Petrópolis
Valor é esperado pelos motoristas como medida de recuperação após aumento no combustível, tragédias e pandemia
Além dos dois anos de restrição devido à pandemia de covid-19, os taxistas de Petrópolis tiveram mais dificuldades para enfrentar: as duas tragédias que atingiram o município este ano. Com ruas completamente tomadas pela lama e sem possibilidade de trabalhar, alguns taxistas se viram em uma situação financeira complicada. Nesta semana, o governo federal liberou as primeiras parcelas do Auxílio Taxista e, em Petrópolis, pelo menos, a previsão é de que 870 condutores sejam beneficiados com o programa.
O benefício foi instituído no dia 14 de julho deste ano para enfrentamento do estado de emergência decorrente da elevação extraordinária e imprevisível do preço do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes. O Benefício Taxista prevê pagamento mensal aos beneficiários de até R$ 1 mil entre agosto e dezembro de 2022. Neste mês, os motoristas recebem duas parcelas do benefício, ou seja, R$ 2 mil, referentes aos meses de julho e agosto.
Têm direito ao benefício os motoristas de táxi registrados nas prefeituras até 31 de maio de 2022, que sejam titulares de concessão, permissão, licença ou autorização emitida pelo poder público municipal ou distrital, e que atendam aos demais critérios definidos na Portaria MTP Nº 2.162, de 27 de julho de 2022.
Em Petrópolis, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) forneceu os dados de registro de 870 condutores de táxi (540 permissionários e 330 auxiliares) ao Ministério do Trabalho e Previdência, atendendo às regras federais para a concessão do benefício.
“Esse auxílio caiu na melhor hora possível. Na pandemia tinham dias que a gente fazia R$15, R$30 por dia. Isso impactou demais na nossa economia, na estrutura do taxista. Com a tragédia, a mesma coisa, o táxi não andava, principalmente nas áreas mais atingidas que foram do Quitandinha até o meu ponto de táxi, na praça Dom Pedro”, conta Bruno Dias, representante dos taxistas em Petrópolis.
Wiliam Douglas é taxista há seis anos no ponto da Praça da Liberdade e diz que esse benefício irá ajudar ainda mais os taxistas de Petrópolis. “O taxista petropolitano sofreu com as tragédias, sim. Muitos amigos perderam carros, muitas pessoas se acidentaram no dia, tiveram prejuízos parciais. Para o taxista petropolitano, esse auxílio se tornou fundamental devido a esse fator que outras cidades não passaram”, conta.
O taxista ainda explica que a categoria vem sofrendo muitas perdas depois da pandemia, com as chuvas, alta do combustível, falta de atualização da tarifa e com a concorrência desleal.
“A concorrência não é só com aplicativo, o grande problema são com carros clandestinos que infestaram a cidade. Hoje temos vários pontos da cidade dominados com carros que nem trabalham com plataforma, simplesmente abordam as pessoas, fazem o transporte, combinam um preço qualquer e a pessoa fica acuada diante do motorista precisando se locomover, precisando chegar ao seu destino. Eles não tem nenhuma base de preço fixa e legal, como o táxi que tem o taxímetro, como o ônibus, que tem uma tarifa regulada. Esse benefício veio numa hora fundamental para repor tamanhas perdas e concorrências”, conclui Wiliam.