• Aumento na percepção de queda de juros nos EUA em setembro leva Ibovespa aos 132 mil pontos

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  • 13/ago 11:31
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    A expectativa crescente de um corte de 50 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro estimula os ativos de risco. A abertura em alta das bolsas americanas deu mais força ao principal indicador da B3, que iniciou o pregão na faixa dos 131 mil pontos. Desta forma, acelerou e opera na marca dos 132 mil pontos vista no começo deste ano.

    “O Ibovespa tem alta forte junto com a queda dos Dis depósitos interfinanceiros, com os mercados ecoando coisas melhores, perspectivas mais claras de queda dos juros nos Estados Unidos”, avalia Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

    Já o dólar opera estável, aquém do nível dos R$ 5,50, e os juros futuros miram queda. O movimento é bem inferior ao recuo proeminente nos rendimentos dos Treasuries, após o PPI americano de julho mostrar uma alta menor do que a esperada. O dado foi divulgado nesta manhã. Agora, fica a expectativa pelo CPI, que mede os preços no varejo americano e que sairá amanhã.

    “O resultado sinaliza desaceleração da inflação e pressiona mais ainda o Fed a cortar juros”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

    A alta do principal indicador da B3 ainda é puxada por algumas ações de empresas que divulgaram balanços. É o caso de CSN e CSN Mineração, cujos papéis lideram o grupo das oito maiores elevações da carteira do Índice Bovespa, com ganhos de 2,14% e 7,51%, respectivamente.

    Além disso, a indicação de expansão da atividade econômica brasileira é bem vista por analistas. O volume de serviços prestados subiu 1,70% em junho ante maio. O resultado superou a mediana de 0,90% e ficou perto do teto de 2,0% das expectativas na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast.

    Para Laatus, o aumento no volume de serviços em junho reflete o forte geração de vagas medida pelo Caged também de junho. “Os dados vieram bons e remetem a um PIB também forte”, estima.

    De acordo com Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, os dados denotam uma atividade econômica mais aquecida do que a esperada no segundo trimestre. Mesmo sem conhecer o resultado das vendas do varejo de junho, a Ativa elevou sua projeção para o PIB de 2024, de 2,1% para 2,3%.

    A despeito das recentes pressões inflacionárias que têm elevado o debate acerta de uma alta da Selic, Faust, da Manchester, pondera que o que mais tem influenciados as taxas futuras são as incertezas fiscais. “A preocupação do Banco Central está mais vinculada ao fiscal”, diz.

    Há pouco, ao iniciar sua participação em audiência na Câmara, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou que os juros no Brasil têm tendência de queda nos últimos anos.

    Os investidores ainda acompanham várias de teleconferências das empresas que divulgaram balanços, como CSN, CSN Mineração, Itaúsa, Natura, entre outras.

    Às 11h19, o Ibovespa subia 0,75%, aos 132.095,03 pontos, após avançar 0,92%, na máxima aos 132.319,17 pontos. Na mínima teve variação aos 131.115,40. As ações da Vale e cediam 0,30% e as da Petrobrás perdiam entre 0,08% (PN) e 0,52% (ON), com o petróleo cedendo acima de 1,00%, diante de temores de redução da demanda pela commodity.

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