Alergista do Hospital Santa Teresa relaciona crescimento às mudanças nos hábitos de vida modernos
Nos últimos anos, as alergias alimentares têm se tornado uma preocupação crescente entre profissionais de saúde e o público em geral, impulsionadas por uma combinação de fatores que vão além da predisposição genética. O estilo de vida moderno, os hábitos alimentares e os fatores ambientais desempenham um papel crucial no desenvolvimento dessas alergias. O aumento no número de diagnósticos pode ser atribuído ao maior conhecimento sobre o assunto, o que permite uma investigação mais aprofundada e precisa.
O alergista do Hospital Santa Teresa, Dr. Mauro Karl, falou um pouco sobre o tema e alertou sobre o grande número de casos que ainda são erroneamente diagnosticados, especialmente quando confundidos com intolerâncias alimentares.
Embora todas as faixas etárias estejam mais suscetíveis ao desenvolvimento de alergias alimentares, as mudanças nos hábitos de vida modernos, como o consumo de alimentos industrializados e as alterações no microbioma intestinal, têm impacto significativo. Além disso, há evidências de que a sensibilização pode ocorrer através de outras vias, como o contato com a pele.
“Determinados alimentos, como leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar, são responsáveis pela maioria das reações alérgicas. Apesar de ainda não haver comprovação definitiva, há hipóteses que sugerem que o estilo de vida moderno pode estar relacionado ao aumento das reações adversas a alimentos, com o consumo excessivo de produtos industrializados e as mudanças nos padrões alimentares apontados como possíveis influenciadores”, esclarece o médico.
Os sinais de uma reação alérgica alimentar podem variar, mas frequentemente incluem manchas avermelhadas na pele, inchaços, coceiras, tosse, chiado no peito, congestão nasal, diarreia, cólica, sangue ou muco nas fezes, tonturas e até perda de consciência. A introdução de alimentos alergênicos na dieta infantil deve ser feita com cautela e sob a orientação de um pediatra, com o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade recomendado como medida preventiva contra a sensibilização e o desenvolvimento de alergias.
Embora não seja possível prever se um paciente desenvolverá alergias alimentares, o diagnóstico pode ser feito através da observação das reações após a ingestão de certos alimentos. Avanços recentes permitem identificar o componente exato do alimento que causa a alergia, possibilitando orientações mais precisas sobre o que evitar e como consumir os alimentos de forma segura.
“As expectativas para o futuro incluem a identificação de marcadores precoces para a detecção da alergia e a avaliação da gravidade potencial, visando prevenir crises e riscos ao paciente. Além disso, há uma busca contínua por métodos mais seguros e eficazes para induzir a tolerância alimentar, com o objetivo de oferecer tratamentos similares aos já disponíveis para outras alergias, como a imunoterapia”, conta Dr. Mauro.
Este contexto emergente ressalta a importância de que o público e os profissionais de saúde estejam cada vez mais atentos para garantir um diagnóstico e tratamento adequados, minimizando os riscos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes com alergias alimentares.