• Aulas de música voltadas para pais promovem inclusão no tratamento dos filhos com TEA

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  • 05/08/2019 12:42

    Depois de dois anos e meio ministrando aulas de música, gratuitamente, para crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e identificar avanços no aprendizado e desenvolvimento, o projeto desenvolvido pela educadora musical Jandira Diniz ganhará um novo capítulo. Com a ajuda de outros quatro profissionais, as aulas passarão a ser oferecidas também aos pais das crianças. 

    Jandira percebeu na prática o poder do uso da música num contexto de tratamento, prevenção de problemas de saúde e promoção do bem-estar. Após desenvolver um trabalho com crianças que possuem autismo, a profissional agora doará parte do seu tempo em aulas semanais para os pais, junto de outros quatro profissionais. 

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    “Queremos trazer leveza para essas famílias. Eu acredito que se os pais estiverem bem, vai refletir nas crianças, por isso optei pelas aulas com os pais. Vou ensinar música e prepará-los para fazer atividades musicais com as crianças em casa. Mas o foco principal da aula é ter um momento para os pais, só deles, onde irão relaxar, cantar, tocar e brincar”, contou a mestre em educação musical.

    Se juntam a ela a psicóloga especialista no método Denver e DIR Floortime, Ana Paula Costa Figueiredo, o músico Joaquim de Paula, a psicopedagoga Patrícia Barcelos e a musicoterapeuta Ana Clara São Thiago, que farão visitas esporádicas às aulas trazendo novas atividades e fazendo acompanhamento com os alunos.

    De acordo com a psicóloga Ana Paula, o TEA é um transtorno com diferentes graus, que é caracterizado por déficit na comunicação, interação social e no comportamento. O apoio familiar, com inclusão em todo tratamento, dentro do consultório e fora dele, pode trazer mais benefícios às crianças.

    “Ter o diagnóstico de autismo é apenas o ponto de partida para essas famílias, é o início de uma ciranda em busca de respostas, informação e tratamentos. Proporcionar às famílias uma rede de cuidados que não se limite ao portador é uma forma de ajudar os envolvidos nos cuidados da criança, de diminuir o nível de estresse e desgaste emocional dessas famílias. É muito comum que os familiares busquem cuidados para a criança, e a família fica um pouco alijada desse processo, e esse é um dos pontos do projeto, da família também ser cuidada”, contou a psicóloga.

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    As aulas não são caracterizadas como musicoterapia, já que a maior parte das aulas será ministrada pela educadora musical, mas contará com a musicoterapeuta Ana Clara no acompanhamento. “Queremos proporcionar uma melhor qualidade de vida, possibilitar momentos que eles possam se expor. A gente sabe das dificuldades das crianças, mas também dos pais, que precisam lidar com essa situação. Com a música, eles também poderão descobrir um pouco do mundo em que o filho vive”, contou a musicoterapeuta.

    Quem ficará encarregado de trazer brincadeiras e jogos é o professor Joaquim de Paula, formado em matemática e com diversas especializações na área musical. “Esse meu interesse em utilizar jogos vem da matemática, que traz uma linguagem muito boa e que amplia a área de atuação. Utilizar a música em família é algo antigo e que de fato traz muitos benefícios. Com os jogos também queremos vencer o medo dos adultos, principalmente desses pais, que têm uma bagagem maior em errar e em perder. Mostrar que as coisas podem ser mais divertidas e leves”, contou o professor.

    “Nós iremos acolher esses pais com música e dinâmicas. Quando os pais pegam esse diagnóstico, afeta quase todo o comportamento deles, as emoções, interações. Nessas aulas, eles vão poder relaxar. E o uso da música é justamente para isso, porque a música tem essa capacidade, além de ser uma linguagem onde eles vão poder expressar seus sentimentos. É uma outra forma de comunicação, onde pode trazer um melhor entendimento do filho, e também proporcionar um momento deles, para eles”, contou a psicopedagoga Patrícia.

    Com três turmas montadas, com cinco pais em cada, as aulas serão totalmente gratuitas. “A ideia é que eles possam se distrair com a música, se divertir e assim carregar uma energia boa para casa, consequentemente para os filhos”, conta Jandira.

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