• Aulas da Faeterj em Petrópolis são adiadas

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  • 07/03/2017 18:55

    O início do ano letivo de 2017 da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj), localizado no Quitandinha, previsto para a próxima segunda-feira (13), foi adiado. O anúncio foi feito na manhã de hoje (7) durante reunião entre funcionários e alunos. O motivo pelo adiamento das aulas é a falta de estrutura da unidade. 

    De acordo com a direção da Faeterj, os contratos de manutenção, limpeza e vigilância estão atrasados há pelo menos seis meses. Esses serviços são realizados por uma empresa terceirizada que não estaria recebendo as verbas da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social.

    “Não temos condições objetivas de começar as aulas no dia 13. Não há quem faça a manutenção e limpeza do prédio, além disso só temos como abrir a unidade por que a Polícia Militar nos dá um apoio. O Estado tem que cumprir com as suas obrigações para que possamos iniciar as nossas aulas”, disse a diretora Lucimar Cunha.

    De acordo com a diretora ainda existe um débito com as concessionárias de energia elétrica e água. “Estamos com avisos de corte, sem luz e sem água não há como ter aula”, lamentou.

    A Faeterj foi inaugura em 2002 e conta com 730 alunos, sendo 480 do ensino superior, 150 do ensino médio técnico e 100 dos cursos de extensão abertos a comunidade. Todos os cursos são gratuitos e são especificamente da área de informática e tecnologia.

    Para o estudante Felipe Penha, de 21 anos, é uma decepção o adiamento das aulas. “Agora fica a incerteza. Vai ser um atraso para o meu curso”, disse o aluno que está há dois anos instituição. Segundo o vice-diretor Bruno Guingo, desde outubro de 2015, a unidade está sem verba de manutenção. "Não temos verba para fazer nenhum tipo de reparo", lamentou.

    Além da falta de estrutura, os professores da unidade também enfrentam atrasos nos salários, do 13º salário e das férias. “Os professores da Faeterj não fazem parte do quadro da secretaria de Estado de Educação, somos ligados a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social que não está recebendo as verbas em dia”, explicou a diretora, que durante a reunião pediu a compreensão dos pais e dos alunos. “Os salários dos profissionais do Estado de Educação estão em dia, mas não somos desse quadro. Nossos salários estão atrasados e, quando recebemos, é parcelado”, disse.

    Em nota, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social informou que o secretário Pedro Fernandes está tentando junto ao Ministério Público Estadual (MPE-RJ) garantir a isonomia salarial entre os profissionais da secretaria de Educação e os da Ciência e Tecnologia. Hoje, os servidores da Educação recebem seus salários prioritariamente no décimo dia útil do mês, o que não ocorre com os professores da Faetec (mantenedora da Faeterj), que recebem seus vencimentos parcelados, assim com os demais funcionários do Estado.

    “O que queremos é a isonomia. Nada contra os professores da Educação, mas são tão importantes quanto os funcionários da secretaria. Temos que conseguir conscientizar e convencer o governo a dar o mesmo tratamento que a educação recebe. Então, se os profissionais de uma escola de ensino médio da Seeduc recebem em dia, na Ciência e Tecnologia também precisam receber em dia. A gente não pode deixar que a greve aconteça para prejudicar ainda mais os alunos. Temos que avançar para encerrar o ano letivo de 2016 e começar o calendário de 2017”, salienta o secretário de Estado.

    O secretário informou também que os contratos de segurança, alimentação e limpeza foram retomados depois de renegociação e um mutirão de pais, alunos e funcionários, que mobilizou 500 pessoas no último fim de semana, finalizou a arrumação das unidades. 

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