Atlético de Madrid vira sobre Valladolid e conquista o Espanhol pela 11ª vez
O lado vermelho e branco de Madri está em festa. Após sete anos, o Atlético de Madrid de Diego Simeone volta a conquistar o Campeonato Espanhol. Num jogo com boa dose de emoção e sofrimento, buscou a virada sobre o rebaixado Valladolid, fora de casa, por 2 a 1, para ganhar o título pela 11ª vez.
A oitava taça sob o comando de Simeone, treinador mais vencedor pelo clube colchonero, só foi construída após o intervalo. E teve a assinatura do artilheiro Luiz Suárez. O uruguaio, que já havia definido a virada sobre o Osasuna, no último minuto, na rodada passada, repetiu a dose no Estádio Mendizzoroza. Recebeu bola recuada errada do zagueiro e não desperdiçou, anotando o 2 a 1.
Dependendo de uma vitória e combinação de resultados para evitar o rebaixamento, o Valladolid atacou bastante o líder, dando trabalho para o goleiro Oblak em chutes de longe e consagrando o brasileiro Felipe nos cruzamentos pelo alto. O zagueiro convocado pela seleção brasileira para as Eliminatórias cortou tudo por cima.
Assim como na rodada passada, o Atlético saiu atrás do marcador. Desta vez, porém, com somente 18 minutos. Necessitando da vitória para não depender do resultado do Real Madrid, os colchoneros partiram com tudo ao ataque e sofreram um contragolpe fulminante, que terminou com gol de Oscar Plano, em poucos passes para atravessar o campo.
O nervosismo parecia fazer a bola queimar nos pés dos jogadores de Diego Simeone. Antes do intervalo, a grande chance veio em cabeçada do zagueiro Yamiq, contra a própria meta. Quase fez contra. Do mais, muitas falhas e apreensão.
Resultado negativo aliado à vitória do Real e o título seria merengue. Fora do jogo em Madri por lesão, mas nas arquibancadas, Marcelo e Sérgio Ramos festejaram ao serem informados do gol do Valladolid. Bastava, naquele momento, abrir o marcador diante do Villarreal. Pois a história foi bem diferente e quem fez 1 a 0 foram os visitantes, com Pino, dois minutos após o Atlético ser vazado.
Os dois postulantes ao título foram para o descanso em desvantagem. Um cenário favorável ao líder. Mas o risco era grande e só a virada interessava. Corrêa, com chute de bico, acertou no canto e empatou para o Atlético.
Simeone queria mais e resolveu investir no jogo ofensivo de Renan Lodi e João Félix. E logo foi premiado com a virada. Num recuo errado, Suárez avançou sozinho para anotar seu 21° gol no campeonato e colocar o Atlético na frente. Festa enorme com o gol, mãos aos céus, beijo nos dedos e abraços para todo lado. Bastava segurar a vantagem diante de um rival, naquele momento, na lanterna e sendo rebaixado.
Em Madri, Benzema igualou o placar restando três minutos. O Real tinha de virar e o Valladolid empatar. Os merengues fizeram o segundo gol, mas o Atlético de Madrid se segurou e a comemoração foi linda. Ergueu a taça quem mais venceu no Espanhol, 26 vezes, e quem menos gols sofreu, apenas 25, numa prova que campeões se fazem também graças a um forte sistema defensivo. Líder desde novembro, o time de Simeone sustentou a ponta com maestria e segurança.
Depois de passar os 90 minutos “jogando com o time”, gesticulando, esbravejando e vibrando até com corte para o lateral, o técnico argentino soltou o sorriso, finalmente, com o apito final. Aos 51 anos, estava extremamente alegre e aliviado. Em nove anos, agora ele tem oito taças no “Atleti”.
O Valladolid administrado por Ronaldo Fenômeno caiu ao ficar na penúltima posição. Nos demais jogos, o Barcelona fez 1 a 0 no Eibar, também rebaixado, como lanterna, assim como o Huesca, que ficou no 0 a 0 com o Valencia. Demais jogos: Osasuna 0 x 1 Espanyol, Celta 2 x 1 Betis e Elche 2 x 0 Athletic de Bilbao.