• Atitudes vistas como agressivas nos felinos precisam ser bem entendidas

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  • 11/02/2016 09:00

    Assim como qualquer animal doméstico, cuidar de um gato pode não ser uma tarefa tão fácil. Por serem animais independentes e fiéis aos seus instintos, eles apresentam um comportamento diferente, por vezes considerado agressivo para os humanos. Porém, é preciso saber diferenciar tais atitudes dos felinos, já que nem sempre eles estão apenas brincando e sim dando sinais de que há algo errado.

    Para Priscila Mesiano, especialista em felinos e membro da Associação Brasileira de Clínica de Felinos, alguns dos motivos que levam esses pets a desenvolverem um comportamento agressivo estão ligados à falta de sociabilização com humanos e outros animais na primeira infância; à colocação dos mesmos em um ambiente com um grande número de outros gatos e espaço limitados; históricos de abusos ou negligências; presença de dor ou desconforto.

    Outro fator para o surgimento de problemas em gatos pode estar associado ao proprietário do animal, que pode sem querer estimular “brincadeiras” agressivas, como deixar morder os braços ou pernas, por exemplo. “Em um gatinho com potencial agressivo ou distúrbio comportamental, tal tipo de brincadeira deve ser evitada e substituída por atividades interativas com o dono utilizando varinha de pescar, bolinhas, brinquedos que escondem petiscos, ou seja, objetos específicos para os felinos,” explica a especialista, que atende na Clínica Amigo Bicho.

    Priscila revela que, além disso, a agressão redirecionada também é muito comum entre os gatos. "Um exemplo desse comportamento se dá quando a pessoa tem um gato e um cão. Caso o cachorro aborreça o felino e esse não tem coragem ou autoestima suficiente para revidar, no momento em que o proprietário resolve fazer carinho no gato, ele reage dando tapas ou mordendo sua mão. Isso é considerado agressão redirecionada."

    Outro ponto importante é saber diferenciar uma brincadeira de uma ação agressiva. Tal avaliação não é fácil, mas entender a linguagem corporal do gato ajuda bastante. Quando pronto para atacar, o gato murcha as orelhas, se encolhe, assopra, vocaliza e direciona seus bigodes para frente. Outras atitudes comuns são miado excessivo, micção inadequada, destruição, entre outras.

    Vale ressaltar que em todos os casos, o dono do animal agressivo deverá ter paciência e dedicação, pois muitas vezes se leva muito tempo para se reverter o quadro. Mas o principal passo é descobrir o que causa a alteração no comportamento do felino. Quando o diagnóstico é feito, o pet deverá ser tratado por um especialista que identificará o tipo de abordagem e terapia ideal para cada caso. E se haverá ou não necessidade de aliar a terapia medicamentosa à comportamental e à de manejo.

    "Nos casos de doenças associadas à agressividade, geralmente vemos as patologias ortopédicas que levam a quadros de dores em coluna, bacia ou membros e ainda problemas de ordem urinária. O gatinho que antes era dócil se torna diferente e agressivo ao contato. Principalmente nesses casos é necessário levá-lo ao especialista com urgência," destaca Mesiano. É importante explicar também que gatos com pouco ou nenhum contato com humanos são geralmente os mais agressivos.

    "Existem diversas formas de tratamentos de gatos com alterações comportamentais. Além disso, o que muitos não sabem é que felinos também podem ser treinados assim como os cães. Porém, novos estudos nessa área revelam que esse tipo de treinamento não é utilizado no caso de gatos agressivos e sim em situações de distúrbios comportamentais", conta Priscila.

    Outras dicas dadas pela especialista aos donos para aliviar o estresse do animal são: o uso de feromônio facial felino no ambiente, brincadeiras interativas diárias, colocação de fontes de água corrente, prateleiras para o gato subir, brinquedos como "árvore de gato", caixas de papelão, escovação do pet, entre outras.


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