• Até o dia 26, projeção é de que número de casos pode aumentar 25 vezes

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 18/03/2020 10:34

    Até o próximo dia 26, o número de casos do novo coronavírus no Brasil poderá subir até 25 vezes, ou 2.400%. Com isso, os registros chegariam a 5 mil, a maioria em São Paulo. A previsão está na primeira nota técnica do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), formado por cientistas da PUC-RJ, Fiocruz e Instituto d’Or.

    O grupo vai monitorar a curva de crescimento do número de casos para municiar as autoridades de saúde.

    No melhor cenário, o País teria, em 26 de março, 2.314 casos; na hipótese mediana, 3.750.

    Leia também: Número de casos de coronavírus confirmados no Brasil sobe para 291

    Leia também: Ônibus do Rio e demais locais com suspeita de covid-19 estão proibidos de entrar em Petrópolis a partir desta quinta-feira

    Em São Paulo, onde se concentram 68% dos casos do Brasil, a previsão é de que o número de doentes seja, no cenário mediano, de 2.550 (podendo variar entre 1.573 e 3.380). No Rio, seriam 450 casos dentro de dez dias (variando de 278 a 596).

    Mesmo nos piores cenários, as previsões tendem a ser tímidas. Até agora as orientações no Brasil têm sido no sentido de que apenas casos mais graves sejam testados.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado testar o maior número possível de pessoas. O País, porém, não apresenta estrutura hospitalar ou mesmo kits de diagnóstico suficientes para fazer esses testes e deu prioridade a casos graves.

    Os cientistas partiram do cenário em 15 de março, quando o Brasil tinha 200 casos confirmados. Para criar o modelo, eles utilizaram a evolução da epidemia nos países que apresentavam as maiores séries históricas de dados: Irã, Itália, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, China e Coreia do Sul.

    Para o melhor cenário, por exemplo, fizeram a previsão do Brasil com base nos dados da Coreia do Sul. Para o pior cenário, a evolução da curva seria similar à de Irã e Itália.

    “A gente separou os países em grupos com comportamentos semelhantes e reproduzimos o comportamento do Brasil para aqueles padrões”, explicou Fernando Bozza, chefe do Laboratório de Medicina Intensiva do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, e coordenador de pesquisa do Instituto D’Or. “Temos de ver como será a evolução nos próximos dias para entender qual curva o Brasil vai adotar.”

    O grande risco de um crescimento exponencial no número de casos é levar a um colapso do sistema de saúde. 

    Leia também: Hospital em Niterói registra a segunda morte por coronavírus no país

    Últimas