• Ata: magnitude do ciclo de aperto será ditada pelo compromisso de convergência da inflação

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  • 17/dez 08:33
    Por Cícero Cotrim e Célia Froufe / Estadão

    O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu, na ata da sua última reunião, que o tamanho total do ciclo de aumento da taxa Selic será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta.” Essa sinalização já constava no comunicado da última quarta-feira, 11, quando o BC aumentou os juros em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, e sinalizou mais dois ajustes dessa magnitude.

    O “guidance” pavimenta as duas próximas decisões, as primeiras sob a liderança de Gabriel Galípolo na presidência do BC. Também é quando, pela primeira vez, o Copom será formado majoritariamente por indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a chegada de Nilton David (Política Monetária), Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Gilneu Vivan (Regulação) ao colegiado.

    “A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o Comitê na ata divulgada nesta terça-feira, 17, repetindo o mesmo texto usado no comunicado.

    O Copom apresentou, no documento desta terça-feira, as mesmas projeções de inflação disponíveis no comunicado. Ele espera que o IPCA atinja 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, o horizonte relevante da política monetária. A estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e é maior do que a projeção do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de 3,6%. O próximo RTI será conhecido na quinta-feira (19).

    A estimativa considera um aumento de 3,8% para os preços livres e de 4,6% para os administrados, assim também como no último comunicado.

    O BC espera que o IPCA encerre 2024 em 4,9%, acima do teto da meta, de 4,5%. A projeção para a inflação de 2025 é de 4,5%. As estimativas consideram altas de 5,0% nos preços livres e de 4,6% nos administrados este ano. Para o ano que vem, o Copom espera que os preços livres subam 4,5%, assim como os administrados.

    Todas as projeções do BC partem do cenário de referência, com trajetória de juros extraída do relatório Focus e bandeira verde de energia elétrica em dezembro de 2024 e 2025. A taxa de câmbio começa em R$ 5,95 e evolui conforme a paridade do poder de compra (PPC). Os preços do petróleo seguem aproximadamente a curva futura por seis meses e, depois, sobem 2% ao ano.

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