Astros do esporte correm risco de ter jornada olímpica encerrada
Para alguns astros, um possível cancelamento dos Jogos de Tóquio poderia significar o fim da jornada olímpica, já que em Paris-2014 eles estariam com idade avançada. O tenista Roger Federer, por exemplo, fará 40 anos em agosto. O mesmo vale para a também tenista Serena Williams, que fez 40 anos em setembro de 2020.
A americana Allyson Felix é a única mulher do atletismo a ter conquistado seis medalhas de ouro. Ela tem 35 anos e dificilmente conseguiria ampliar sua coleção de medalhas em 2024. Também no atletismo, o velocista Justin Gatlin planeja se aposentar depois de competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele completa 39 anos no dia 10 de fevereiro e, se o evento do Japão não for realizado, não chegará em Paris. O polêmico Gatlin foi campeão olímpico em 2004 e já foi suspenso duas vezes por doping.
Quem também pode dar adeus à Olimpíada é o golfista americano Tiger Woods. Ele tem 45 anos e vem lutando contra uma lesão persistente nas costas. Um possível cancelamento dos Jogos de Tóquio tornaria praticamente impossível que Woods tivesse condições de disputar a Olimpíada de 2024, em Paris. No basquete, Pau Gasol, prata com a seleção espanhola em Pequim-2008 e Londres-2012 e bronze no Rio-2016, tem 40 anos e se aposentaria antes de Paris-2024.
Uma das grandes esperanças de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o velejador Robert Scheidt tem 47 anos. A classificação para sua sétima Olimpíada significou uma recorde nacional, já que nenhum atleta do Brasil competiu em tantas edições. O problema é que em 2024 ele terá 51 anos e possivelmente já estará aposentado.
No futebol, as seleções têm de levar atletas da categoria sub-23 para disputar a Olimpíada, com exceção de apenas três jogadores. Em caso de cancelamento dos Jogos de Tóquio, toda uma geração de atletas perderia a oportunidade de participar do evento.
Por isso, até mesmo líderes do movimento que defendeu o adiamento dos Jogos no ano passado agora são favoráveis à realização da Olimpíada em 2021, até com portões fechados, se for necessário. Entre eles, está a ginasta americana Simone Biles.
O calendário esportivo também sofreria forte impacto porque muitas federações esportivas nacionais e internacionais estariam em grave situação financeira dependendo do dinheiro que recebem do COI por causa da Olimpíada.