• Associações e movimentos

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  • 31/05/2019 12:00

    As associações de moradores floresceram entre nós quando da Primavera de Petrópolis, entre 83 e 87, filhas da FAMERJ liderada por Jó Rezende e da visão precursora de Paulo Rattes. Nasceram das feirinhas comunitárias, em geral à sombra de Igrejas católicas, e mereceram acolhida em 1988, na Rua Ipiranga.  Quem quiser saber mais – e todos ganharíamos com isto – busque conversar com José Hugo de Souza, Bruno do Nascimento, Duda, Marli, Moraes, Alcindo e Márcia, Wanderley, os irmãos Braga, entre tantos mais. Entraram em decadência em função da cooptação por nossos partidos, que viam nas lideranças comunitárias os melhores e menos onerosos cabos eleitorais. Leitores, eu vi, embora não seja Guarani. 

    Anos mais tarde, quando PSB e PT se desentenderam, vi-me oferecer por Rubens Bomtempo a coordenadoria do Orçamento Participativo. Ao lado das associações remanescentes, pude constatar a pujança dos movimentos de cunho religioso e ação social, atuantes em todos os distritos e bairros do Município. Entre associações de moradores e movimentos oriundos de confissões religiosas, contei mais de 200 participantes no processo do O.P., alcançando 27.000 votos militantes em 2004.

    Aos meus olhos – que pouco conseguem enxergar – a Primavera e o O.P. foram os dois momentos mais altos da verdadeira participação popular por aqui. Creio tenha sido  devido à sinceridade das duas propostas. Guardo o cadastro das entidades participantes do O.P. com o maior carinho, pois um dia este  voltará; eram mais ou menos umas duzentas, associações, movimentos e diversos.. Agradeço aos prefeitos Paulo e Rubens por me terem proporcionado  vivenciar a Primavera e o O.P.; choro que um e outro tivessem cedido à vozes que lhes recomendavam cessar estas modernidades. Caso um dos dois tivesse sido persistente, Petrópolis seria um modelo econômico em vez de gerenciar frangalhos (NSS, RPPS, Cidade sustentável, Novo Caminho, Câmara de mútuas homenagens, leis olvidadas, Coperlupos e outras mazelas). 

    Estamos vivendo a terceira onda; já que os partidos e seus prepostos optaram por cuidar de si mesmos, o Povo assumiu o planejamento municipal de médio e longo prazo. Já fazem 5 meses que reuniões de 8 grupos de trabalho são realizadas segundo programa bem coordenado, com a participação de três partidos e de servidores cônscios de sua cidadania. Eu fico a matutar onde já estaríamos nesta ação pioneira se parte dos partidos não tivessem destroçado as associações de moradores com seus cargos de confiança, e se os movimentos de origem religiosa não tivessem tido a sua fé participativa abalada pelas puxadas de tapete das autoridades. Mas vamos em frente, doando tempo e grana de quem não os tem de sobra, para não dependermos de algum Poder. Foi Manoel Bandeira quem escreveu o Rondó dos cavalinhos, “os cavalinhos correndo, nós, cavalões, comendo”. Pois é.

    Já esteve em nosso alcance o éden viável oferecido e recolhido por duas vezes; desta vez, é tudo Povo. Se você quer viver esta terceira fase, a do plano estratégico, peça o calendário das reuniões ao dadosmunicipais@gmail.com. Terá vez, voz e voto, como dizia Frei Luiz Maria Sartori, nosso saudoso padre-operário.

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