
Ascensão do Senhor
Desde tenra idade chamou-me a atenção na Igreja, os paramentos, alfaias litúrgicas e objetos sacros, em especial, o “IHS” impresso nas partículas. No momento da consagração, isto é, na transubstanciação Eucarística era possível visualizar esse monograma na Hóstia e eu imaginava significar “Jesus Hóstia Santa”, mas, não era.
Na juventude, durante as orações, leituras e depois, em Teologia, curso realizado no Instituto Teológico Franciscano, Petrópolis-RJ, entre os anos de 1998, somado às pós-graduações e aprofundamentos que perduraram até 2006, certifiquei-me de ser uma expressão latina que significa “Jesus Salvador dos Homens”. É utilizada para referir-se a Jesus Cristo e é coligada a um ícone, cristograma (monograma), conhecido como IHS.
O IHS, também, é aplicado pela Ordem dos Jesuítas (Companhia de Jesus) como sua insígnia.



Era muito usada no tempo do Imperador Constantino (306-337 d.C) e tornou-se popular quando ele o adotou para o seu lábaro. Esse período tornou-se conhecido pelas transformações políticas, sociais e religiosas, ciclo esse de ascensão cristã, o primeiro imperador romano a converter-se ao cristianismo.
Enveredei pelas sendas do cristograma nesta reflexão sobre o Filho de Deus. Conforta-me e renovam minhas forças refletir sobre o Messias, a razão de minha vida, o Deus Encarnado, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, proveio do Pai, Primeira Pessoa e Criador, antes de todos os séculos e se encarnou pelo Espírito Santo. Nasceu nos arredores de Belém, numa Aldeia muito pequena, acerca de dez quilômetros de Jerusalém, na Palestina. Emocionei-me ao visitar a Igreja da Natividade, em Belém, quando lá estive por duas vezes. Colocar as mãos na dourada estrela que pontua exatamente o local da manjedoura fez brotar lágrimas e elas rolaram na face.
O Bom Pastor, filho de Maria, a Virgem de Sião, humilde e desconhecida da maioria das pessoas de sua época. Jesus, humano e divino, no entanto, não usurpou dessa condição e desde infante foi uma criança dotada em virtudes, hábitos e necessidades normais à idade, assim procedendo durante à adolescência e juventude, à exceção do pecado.

Foi criado em Nazaré, uma cidade da Galileia. Não obstante ser originário de Belém, a tradição Cristã e as Sagradas Escrituras indicam ser Nazaré o local em que o Príncipe da Paz passou sua infância e adolescência até os trinta anos, quando laborou na carpintaria e teve como mestre seu pai nutrício, São José, servo bom e fiel. Em Lucas 2:51-52 está descrito “Jesus crescendo em sabedoria e estatura e também, em favor de Deus e das pessoas”. Era obediente a seus pais Maria e José, educado, absorvia os exemplos de honradez, humildade, ética e moral da família escolhida pela Providência Divina.
A seguir, iniciou o ministério público. Não exerceu funções no governo local de César e nem publicou um livro sequer. Sua família era constituída por sua mãe Maria e o seu pai adotivo José. Sua casa era onde o abrigassem.
Suas viagens não eram longas, mas conheceu o pó da estrada, os cascalhos e pedras ponteagudas a lhe ferir em caminhadas pela Judeia, Galileia, Betsaida, Samaria (na Samaria conversou com a mulher do poço e foi rejeitado pelos samaritanos), Vale de Josafá, Magdala, Sidon, Monte das Oliveiras, Jericó, Monte das Bem Aventuranças, pregava em sinagogas, anunciando a boa Nova, Betânia, Cesareia de Felipe, Decápoles, (curou o homem possesso), Monte Sinai, região do rio Jordão, (onde foi batizado) Caná, Nazaré, Jericó, Cafarnaum, entre outras.
Não cursou nenhuma faculdade. Pedia que não divulgassem seus milagres, pois, não era favorável a grandezas e holofotes até porque não haviam àquela altura.


No entanto grande era Ele! Por inúmeras vezes foi abandonado por seus discípulos, um deles, inclusive, entregou o mestre depois de fazer a refeição e saborear o pão e vinho junto a Ele.
Acabou por ser crucificado entre dois ladrões. Deram-lhe fel para aplacar sua sede, sortearam sua túnica e fizeram uma coroa e a teceram com espinhos e o coroaram.
Expirou, faleceu. No entanto, feriram-no ao lado do coração com uma lança, para se certificarem se estava morto, água e sangue jorraram, símbolo de vida e graça. O apóstolo João disse, “nenhum de seus ossos foram quebrados”. Ainda assim perdoou. Na Judeia ocorreu a entrada triunfal do Salvador em Jerusalém, essas mesmas pessoas o exaltaram e pouco depois o crucificaram. No Gólgota ou Calvário estavam sua mãe Maria, o discípulo amado, João, a irmã de Maria, Maria de Cleofas e Maria Madalena. A narrativa bíblica diz que um centurião romano, alguns soldados e outras mulheres que o seguiam desde a Galileia e os dois ladrões estiveram presentes à crucificação.
Foi sepultado no túmulo emprestado. Mesmo não tendo havido tv ou internet à época sua obra ultrapassou os séculos e continua a imperar. E Nosso Senhor ressuscitou. Venceu a morte. Garantiu a nós a eternidade. Disse-nos, também: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo. 8,12).