As prioridades de Ronaldo Fenômeno após abandonar sonho da CBF e vender Cruzeiro
Após iniciar o ano com o sonho de presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ronaldo volta a ser uma peça chave nos bastidores do futebol em 2025. O ex-atacante, e agora empresário, deixou de lado o sonho de concorrer à presidência da entidade após ver as portas das federações “fechadas”, como o próprio classificou, ao longo de sua candidatura. Além disso, no último ano, se desfez da porcentagem que possuía relativa à Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro.
Em março, ele alegou falta de diálogo com as federações e afirmou que 23 das 27 filiadas fecharam as portas a ele por “satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição”. Ao final, Ednaldo Rodrigues foi reeleito, por unanimidade, ao cargo, em eleição na qual foi candidato da chapa única.
Nos meses que antecederam à sua desistência, Ronaldo passou por resistência, tanto das federações, quanto dos clubes. O empresário prometeu “mexer no sistema” e, nas oportunidades que teve de debater suas propostas, criticou o modelo adotado pela entidade ao longo da gestão Ednaldo. Também chegou a pedir que Fifa e Conmebol supervisionassem o processo eleitoral.
“A minha vida foi dentro do futebol, sou apaixonado pelo futebol e me sentia no dever de tentar melhorar o futebol brasileiro e ajudar com o que eu tinha a oferecer. Mas o sistema não deixa ninguém entrar. Tanto que, historicamente, a CBF nunca teve uma eleição com dois candidatos. Quem está no poder se reelege ou elege o sucessor”, afirmou Ronaldo, em março, ao podcast Charla.
Ronaldo já havia tido a experiência no futebol brasileiro com o Cruzeiro. No final de 2021, comprou 90% das ações do time por R$ 400 milhões. Em 2024, depois de reestruturar o time, que estava na Série B, vendeu suas ações para o empresário Pedro Lourenço, dono dos Supermercados BH.
Sem ter a figura de cartola no Brasil, Ronaldo passou a figurar nos bastidores do esporte. Na mesma entrevista ao Charla, em que esclareceu suas motivações por trás da candidatura, o empresário contou que atuou, junto à CBF, para levar Carlo Ancelotti ao comando técnico. O acordo, no entanto, não foi à frente após a renovação do técnico italiano com o Real Madrid.
Ronaldo afirmou que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi quem solicitou seu apoio na negociação. “Eu, inclusive, ajudei no processo, conversando com o Ancelotti. O Ednaldo pediu ajuda, eu ajudei. Depois, deixei eles negociarem, mas parece que travou porque não tinha liberação do Real Madrid.”
Depois de desistir da candidatura, Ronaldo afirma que não é “inimigo” de Ednaldo. Ele encabeçará uma força-tarefa da Conmebol na luta contra o racismo, a discriminação e a violência no futebol, que foi formada após reunião com a presença de representantes das confederações e Estados sul-americanos.
No ramo dos negócios, mas sem fugir do futebol, Ronaldo ainda detém 80% das ações do Real Valladolid, da Espanha. A equipe está virtualmente rebaixada à segunda divisão do Campeonato Espanhol e o empresário é alvo de críticas dos torcedores desde que assumiu o controle do clube, em 2018.
Ele também detém uma série de empresas em seu nome, como a R9 Gestão Patrimonial & Financeira, Tara Sports e Ronaldo Academy, entre outras.