• As jornadas diárias

  • 21/01/2019 11:20

    Aprendendo com o Evangelho e todos os ditames de cultos em vastas dimensões religiosas, nós, almas em multiplicidade de vidas numa constância de aprendizado, nos buscamos como criaturas presentes neste mundo e, tantas vezes, relutantes em nos aceitarmos como Espíritos infinitos e de variantes imensas, num caminhar eterno.

    Embora, todas as vivências sejam fortes atuações a se nos mostrarem em fartura de conceitos e aprendizados, estaremos sempre sob conjecturas múltiplas, a não aceitarmos que passaremos, em algum momento, a um outro tipo de vivência, talvez, mais suave e amena, mas constituída de colocações e conformações que nos possibilitarão obter, de nós mesmos e dos círculos vivenciais, uma nova visão com objetivos mais abrangentes.

    Sendo assim, costumamos esquecer-nos da vida eterna diante de tantos labores diários, causando lacunas na nossa vivência e, ao mesmo tempo, não nos permitindo um fortalecimento espiritual diante das mesmas energias que nos penetram através da própria natureza e das tantas almas que nos acompanham este ciclo evolutivo no caminhar terreno.

    Outrossim, as meras colocações na matéria estarão, literalmente, ligadas aos burilamentos espirituais, pois viemos a nos retratar uns com os outros e aliviar as depressões e efeitos negativos adquiridos, também, em vivências semelhantes às atuais, quando esquecemos de nos ater em valores mais firmes, em moral mais perfeita ou em sentimentos delineados positivamente.

    O percebido e sentido vão variar de acordo com a nossa postura e aceitação diante de nosso acúmulo cármico. Mas por que não tentar melhorar estas visões diárias de nós mesmos, auscultando, minuciosamente, nossos posicionamentos e colocações? Sim, por que não aprender a visualizar, na jornada diária, causas, consequências, deliberações, reações, sentimentos, atitudes, verbalizações e este contexto geral, em que nos deixamos possuir devido às tantas chamativas da matéria?

    Por que, meus irmãos, não prestarmos mais atenção ao dia vivenciado, desde o alvorecer até que os labores nos tragam reflexos de cansaço e exaustão e nos levem ao descanso noturno? Por que não usufruir dos primeiros ares da manhã, sorvendo a renovada atmosfera purificada pelas energias divinas, que nos reforçam em atividades, vontades e desejos? Por que não abrirmos nossos olhos e procurar ver o belo, o fértil e a beleza da própria vida, mesmo que estejamos em lutas e desbravando os pântanos materiais ou os desertos de orgulho e egoísmos? Por que não olharmos as jornadas diárias, trazendo, dentro de nós, a certeza de que a esperança no viver futuro e pleno nos fortalecerá e conseguiremos ultrapassar breves instantes de lutas regeneradoras, pedidas e ansiadas por nós mesmos?

    Realmente, o lusco fusco da materialidade, os aprazimentos momentâneos nos tolhem a visão e só conseguimos deter-nos no presente instante em que vivemos.

    Não nos esqueçamos de que a vida terrena é pequeno espaço de experimentações no viver eterno e universal e que todo proveito precisa ser tirado das tantas oportunidades que a nós se apresentam, pois os fatos e os momentos não surgirão sob renovadas aspirações, se não os soubermos perceber e penetrá-los, aproveitando estas grandes oportunidades a nos vermos mais profundamente alicerçando elos e dilatando sentimentos mais profundos e que nos libertem do caos do remorso e da humilhação.

    Atuemos, diariamente, pensando que cada dia é uma página a ser lida com cuidado, esmero, dedicação e carinho. Que a jornada diária não seja só composta de ilusões ou manifestações irreais, mas que possa ser dividida com Aquele que nos criou e que nos traz estas maravilhosas oportunidades. Lembremo-nos de que somos eternos e que as jornadas se sucedem pela eternidade, por isso aprendamos estes primeiros passos nos percursos iniciais, abastecendo-nos de força, fé, amor e caridade, para que galguemos pastos e campos mais belos e férteis.

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