• As cotas raciais

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  • 07/04/2016 10:40

    Andréa Paiva, é uma jovem estudante que desistiu dos seus sonhos. Há três anos faz Enem, buscando uma vaga de medicina, obtendo nas três tentativas boas pontuações. Mas sempre perde a vaga para cotistas e beneficiados por bônus, que, apesar de fazerem bem menos pontos do que ela, acabam se classificando, só porque estudaram em escolas públicas. Seu grande sonho era ser médica, mas, após suas três tentativas para passar no Enem, um misto de tristeza e desânimo se abateu sobre esta jovem. Provavelmente será mais uma funcionária de loja sem futuro que carregará sua frustração pela vida afora. 

    “Fica difícil entender o Brasil”, diz ela. “É triste saber que muitos dos jovens que fizeram menos pontos do que eu, ou seja, estão menos preparados do que eu,  serão médicos um dia e eu não, pelo simples fato de terem a cor da pele diferente da minha. Meus pais se sacrificaram a vida toda para me dar uma boa educação, já que a educação pública não satisfaz. Gastaram dinheiro que nem tinham para que eu tivesse uma boa base, mas, como não estudei em escola pública e não tenho cotas, não tenho direito de fazer medicina, já que o governo formou uma “reserva de mercado”. 

    O que podemos pensar de tal injustiça? Por que um negro, mulato ou um indígena tem mais direitos do que um branco?  Foi mais uma maneira discricionária de um governo demagógico e popularesco para conseguir centenas de milhares de votos de famílias pobres. A verdade é que as cotas ferem o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei.

    Além do mais não existem meios científicos para comprovar a origem racial de uma pessoa. No Brasil 90% da população tem ancestrais negros ou índios. E mais: a entrada de alunos despreparados, que não passariam no vestibular, fará cair o nível do ensino nas universidades públicas. 

    Cotas não resolvem o problema mais grave da educação brasileira que é a má qualidade das escolas. Em vez de criar artifícios e privilégios é preciso melhorar o ensino básico para que o aluno chegue a universidade por mérito. O que se faz no Brasil é uma enganosa tentativa de eliminar a desigualdade por decreto, como se isso fosse possível. A desigualdade se elimina através de estudos em escolas de ótimo nível de ensino. É preciso preparar e pagar melhor – bem melhor – aos professores, propiciando-lhes cursos despolitizados de aprimoramento.

    Sabemos muito bem o que é isso. Privilegia-se o menos capaz, o menos preparado por pura discriminação. Alegam que os que conseguem se classificar com menos pontos não tiveram oportunidade por serem pobres, ou negros, ou mulatos, ou indígenas. Seus pais não tinham dinheiro para pagar uma faculdade, moravam longe, etc. Isto até pode ser verdade, mas perguntamos: Então os que não tiveram oportunidades, os que não tiveram dinheiro para pagar um colégio particular, ou que tem a pele mais escura, tais como negros, mulatos, indígenas, tornam-se merecedores de ocuparem uma vaga num curso de medicina, mesmo com notas menores do que os que foram preteridos? Ora, dentre os preteridos estão jovens que são pobres também, mas que, infelizmente, são brancos, filhos de pais brancos e que, por isso, não merecem receber uma bolsa de estudos! Isto é discriminação também.

    Se fossem tiradas todas as mordomias inacreditáveis de todos os políticos brasileiros, e que são incríveis no Brasil, resolveríamos todos os problemas da educação e da violência no Brasil. E se acabássemos com a corrupção generalizada seríamos com certeza uma das três maiores potências do mundo.

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