Arquitetos e urbanistas de Petrópolis desaconselham pavilhão de R$ 10 milhões no Parque da Ipiranga
A prefeitura vai investir R$ 10,2 milhões em um pavilhão, segundo ela desenhado por Oscar Niemeyer, no Parque da Ipiranga. O assunto é polêmico pelo gasto e pelo risco ao meio ambiente. E o Núcleo de Arquitetos e Urbanistas de Petrópolis (NAU), ligado ao Instituto de Arquitetura do Brasil, se pronunciou publicamente sobre o feito. As principais perguntas são: o pavilhão representa mesmo o trabalho de Niemeyer? Vamos conviver com uma edificação difícil de ser ocupada, complexa e cara de ser operada e com enorme impacto negativo ao meio ambiente?
Representa Niemeyer?
Niemeyer teria doado, em 2012, para a prefeitura, o projeto de um pavilhão que seria usado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. E, em 2022, a prefeitura pediu ao escritório do grande mestre da arquitetura, já falecido, que desenvolvesse a ideia. Segundo o NAU, existe semelhança entre o risco original e o projeto desenvolvido agora, que foi elaborado e assinado mais recentemente por outro arquiteto. O NAU questiona se o pavilhão vai mesmo representar o trabalho de Niemeyer e se é válido nos dias atuais, considerando mais de 20 anos passados.
“Só tem chuchu”, diz prefeitura
Na questão ambiental, o NAU mostra preocupação com uso de concreto e vidro, no condicionamento de ar, a necessidade de construção de extensos muros de contenção e significativa movimentação de terra e canalização de um fluxo de água para formar uma cascata artificial. Já a prefeitura, defende que o local “tem só parreiras de chuchu”. O processo licitatório já foi definido e o contrato para a obra deve estar para ser assinado e iniciar a construção do pavilhão.
Abandono
A Prefeitura, claramente, não que se meter na questão trabalhista dos rodoviários da Cascatinha. Tanto que desmarcou uma reunião com o sindicato da categoria alegando que só é possível uma discussão após a audiência remarcada para o dia 19, quando o Tribunal de Justiça do Estado, define a situação. Abandono é a palavra certa. Pode custar uma eleição, caso não tenham notado.
Usuários sofrendo
Enquanto isso, os usuários sofrem demais. Moradores da Estrada da Saudade não têm mais a quem recorrer. São diárias as reclamações no Fale Conosco da CPTrans sem qualquer retorno ou providência. Lá rola o rodízio de veículos com ônibus de linhas como a 511 Boia Vista sendo deslocados, sem aviso, para atender outros itinerários. Essa linha, normalmente, tem três carros operando. Quase todo dia, só tem um circulando…
Abrigos tecnológicos
Enquanto isso, sempre à frente do seu tempo, a Câmara de Vereadores aprovou uma indicação para que a prefeitura instale pontos de ônibus tecnológicos com wi-fi, câmeras de monitoramento e painéis interativos que informem as rotas dos coletivos municipais e a previsão do tempo. Os usuários queriam mesmo é que tivessem ônibus…
É difícil de acreditar
Pior é que a indicação deve ser da época – mas votada apenas agora – que a prefeitura pretendia torrar R$ 11 milhões em abrigos tecnológicos. A gente dedurou e eles suspenderam. Mas, os vereadores achando que o projeto ia sair já quiseram garantir uma indicação para pegar uma carona. Porém, só votaram agora com a crise no transporte muito piorada. Era melhor nem ter divulgado isso. Apanham com força nas redes sociais. E ainda disseram que o objetivo é trazer conforto, informação e conectividade aos petropolitanos. Conforto é ter ônibus.
Contagem
E Petrópolis está há 303 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Descida perigosa
Todo mundo fala as subida da serra e os problemas nesta pista com quedas de árvores e inundações no verão. Mas, vamos pensar também na outra pista, a de descida. Tem trechos que são uma buraqueira só e nesta época chuvosa a água e o óleo esparramado pela via têm resultado nas saidinhas de pista a rodo.
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