• Argélia rompe relações diplomáticas com Marrocos

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  • 25/08/2021 07:00
    Por Estadão

    A Argélia anunciou na terça-feira, 24, o rompimento das relações diplomáticas com o Marrocos, alegando “ações hostis” do país vizinho, após meses de tensões entre esses dois. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, pediu calma às nações.

    “Os serviços de segurança e propaganda marroquinos estão travando uma guerra contra a Argélia, seu povo e seus líderes, espalhando rumores e informações maliciosas e inflamatórias”, disse o chanceler argelino, Ramtane Lamamra.

    A chancelaria do Marrocos lamentou o que chamou de decisão completamente injustificável e rechaçou os pretextos que foram apresentados. No fim de julho, o rei Mohamed VI, do Marrocos, havia convidado o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, a trabalhar para o desenvolvimento das relações entre os dois países.

    Argélia e Marrocos, rivais que lutam para impor sua influência na região do Sahel e na África Ocidental, colecionam tensões em suas relações desde que os argelinos conquistaram a independência da França, em 1962. A diplomacia entre eles sofreu um revés nos últimos meses, especialmente em função da espinhosa questão do Saara Ocidental.

    A normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel – em troca do reconhecimento pelos EUA da soberania marroquina sobre o Saara Ocidental – alimentou as tensões com Argel, que denunciou manobras estrangeiras para desestabilizar a região.

    “A provocação marroquina atingiu seu clímax quando um delegado marroquino na ONU pediu a independência do povo da região de Cabília”, acrescentou Lamamra. Essa é uma linha vermelha para Argel, que se opõe totalmente a quaisquer aspirações de independência na Cabília, uma região berbere no nordeste da Argélia.

    As relações diplomáticas entre os dois países foram interrompidas pela primeira vez em 7 de março de 1976 por Rabat, após o reconhecimento, pela Argélia, da República Árabe Sarauí Democrática (RASD), autoproclamada pelos independentistas da Frente Polisário, no Saara Ocidental. (Com agências internacionais)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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