Área verde em Itaipava pode ganhar condomínio
Uma área de proteção ambiental localizada em Itaipava, atrás do Parque Municipal, pode abrigar um grande projeto imobiliário. Com cerca de 500 mil metros quadrados, o terreno, que faz parte da antiga Fazenda Bela Vista, pode ganhar prédios e casas. O empreendimento ainda precisa ser aprovado e licenciado, mas já há previsão inclusive de parceria com a Prefeitura para a execução de um plano de mobilidade urbana para a região, com a duplicação da Estrada União e Indústria e obras de infraestrutura na Rua Agante Moço, que fica atrás do parque.
Segundo Fernando Schettino, advogado da Engeprat – empresa responsável pelo empreendimento – a previsão é que dentro de seis meses os estudos estejam finalizados. "O projeto ainda não está pronto. Estamos em fase de estudos ambientais e de viabilidade. A área é muito grande e, por ser de preservação, acreditamos que em apenas 15% do terreno poderemos construir. Por isso esta fase de estudos é demorada", explicou.
O projeto imobiliário para a área começou a ser discutido em 2016, quando um plano piloto chegou a ser entregue à APA Petrópolis – unidade de preservação ambiental que faz parte do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e que é responsável pelo licenciamento. Segundo o diretor da APA Petrópolis, Sérgio Bertoche, algumas alterações já foram solicitadas aos responsáveis pelo empreendimento e a entidade está aguardando a finalização dos estudos.
"De acordo com a legislação, não pode haver supressão de vegetação em estágio médio da mata atlântica, por isso é preciso fazer os ajustes. De acordo com o projeto, os prédios ficariam na parte da frente e, na parte mais alta, os lotes para as casas. Neste ponto é preciso resguardar cerca de 95% da vegetação", explicou o diretor da APA Petrópolis.
A ideia inicial é construir 12 prédios de cinco andares cada. Já a área destinada às casas será dividida em lotes – haverá em torno de 60. Em nota, a Prefeitura informou que o projeto está em análise pelo Grupo de Análise de Empreendimentos (GAE) e pela Comissão Permanente da Avaliação da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo (Coperlupos).
Projeto de mobilidade garantiria benefícios a toda a região
O presidente da Novamonsanta, Jorge de Botton, reforça a necessidade de preservação da mata atlântica, mas acredita que o projeto de mobilidade urbana para o trecho em frente ao Parque Municipal, que está vinculado ao empreendimento, trará benefícios para o distrito. "Existem outros projetos imobiliários em execução em Itaipava, o que implica diretamente no trânsito. Acho que esse plano de mobilidade apresentado para o trecho entre o Horto Municipal até a entrada da Rua Agante Moço é uma boa solução para o trânsito", ressaltou.
O projeto de mobilidade urbana já foi apresentado à Companhia Petropolitana de Trânsito (CPTrans) e prevê usar a Rua Agante Moço como rota alternativa para quem segue em direção ao distrito. A via usada seria uma rua ao lado do Hortomercado Municipal e o Corpo de Bombeiros, ligando a Estrada União e Indústria à Agante Moço. O projeto prevê ainda a duplicação e pavimentação da via que fica atrás do parque, a criação de uma ponte e também a desapropriação de um trecho em um condomínio localizado na saída da Agente Moço, já na Estrada União e Indústria.
Atrelado a esse projeto de mobilidade urbana também está a implantação de um trem turístico ligando Nogueira a Itaipava. O trajeto do trem usaria como base esse projeto apresentado à CPTrans como alternativa ao trânsito da região.