• Após se declarar neutro, presidente do PDT comparece em ato de campanha de Leitão em Fortaleza

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  • 22/out 17:56
    Por Wesley Bião / Estadão

    Depois de declarar neutralidade e ver parte da ala ligada a Ciro Gomes prestar apoio ao bolsonarista André Fernandes (PL) o presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e deputado federal pelo Ceará, André Figueiredo, participou no domingo, 15, de uma caminhada por bairros de Fortaleza com Evandro Leitão (PT).

    O aceno ao petista ocorre após críticas do presidente licenciado da legenda e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, aos que se aliaram ao candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital cearense em detrimento do candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Em vídeo publicado na última quinta-feira, 17, o ministro classificou Fernandes como o representante da “direita raivosa e carcomida” e “filhote da ditadura”, em referência a uma fala de Leonel Brizola, quadro histórico da sigla.

    O PDT faz parte da base do governo Lula, mas no Ceará rivaliza com os petistas por influência de Ciro Gomes. O representante pedetista na eleição em Fortaleza, o atual prefeito José Sarto, tentou a reeleição, mas recebeu 164.402 votos (11,75%) e ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

    Um dos integrantes do PDT que prestaram apoio a Fernandes é o ex-prefeito Roberto Cláudio, antecessor de Sarto, cuja participação na campanha do candidato do PL foi alvo de ação na Justiça movida por Leitão e sua coligação. Roberto foi prefeito por dois mandatos, entre 2013 e 2019 – sendo eleito pelo PDT no segundo mandato – e declarou “voto útil” em Fernandes no último sábado, 12, em nota pelas redes sociais.

    O nome de Cláudio está envolvido na novela que resultou no rompimento entre os partidos, em 2022. Ciro tentou emplacar o ex-prefeito para o governo do Estado em detrimento da então governadora e integrante do PDT, Izolda Cela. Izolda foi vice do atual ministro da Educação, Camilo Santana, de 2015 até 2022, quando ele deixou o cargo para concorrer a uma vaga ao Senado.

    O PT apoiava a campanha da então governadora, natural candidata à reeleição, mas a ala cirista conseguiu que o ex-prefeito de Fortaleza saísse candidato. Em retaliação, os petistas lançaram Elmano de Freitas, que venceu o pleito, enquanto o candidato de Ciro nem sequer chegou ao segundo turno. Izolda deixou o PDT e se juntou ao PSB – na mesma cerimônia em que Cid Gomes, irmão de Ciro e que deixou o PDT por divergências com o ex-governador do Ceará, se filiou ao partido.

    Disputa acirrada nas pesquisas eleitorais

    O duelo equilibrado entre Fernandes e Leitão passa do círculo político e chega ao eleitoral. Nas quatro pesquisas divulgadas no segundo turno, o bolsonarista e o petista aparecem empatados. No levantamento mais recente, realizado pelo Instituto Quaest e divulgado na sexta-feira, 18, Fernandes e Leitão estão empatados com 43% cada um. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais. Indecisos somam 4%, e outros 10% pretendem votar em branco ou nulo.

    A pesquisa da Quaest foi contratada pela TV Verdes Mares e entrevistou 900 eleitores de Fortaleza entre os dias 15 e 17 de outubro. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no TSE sob o protocolo CE-01540/2024.

    No primeiro turno, Fernandes ficou na liderança, com 562.305 votos (40,2% dos votos válidos), enquanto Leitão terminou em segundo, com 480.174 votos (34,3% dos votos válidos). A capital do Ceará é a maior cidade do País onde haverá um confronto direto entre o PT, do presidente Lula, e o PL, de Bolsonaro

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