Após ameaça de paralisação no Anglicano de Araras, Educação nega atraso em repasse

Alunos do Colégio Anglicano de Araras começaram a semana sob ameaça de ficar sem aulas mais uma vez. A paralisação prevista para nessa segunda-feira (27) não aconteceu, mas ainda deixa os pais e estudantes inseguros. Alegando atrasos no pagamento, os funcionários da unidade querem cruzar os braços.

O colégio, que é conveniado à Prefeitura, atende cerca de 900 alunos, e a suspensão das atividades, mesmo que temporária, pode afetar a vida de centenas de pais e avós, além de prejudicar o desenvolvimento do ano letivo. Tanto os docentes quanto outros funcionários da escola cobram da Prefeitura a regularização dos pagamentos do convênio firmado com a instituição, que é o que garante as remunerações em dia.

Na última sexta-feira, os estudantes foram dispensados no fim da aula com um bilhete em mãos, que indicava a provável paralisação nesta semana. Sem saber o destino da filha de 15 anos e do filho de 10, a caseira Renata Marques reclama da falta de atenção da Secretaria de Educação com a unidade. “Estou preocupada. As crianças não têm culpa dessa situação”, contou.

A adolescente, filha de Renata, estuda na unidade há cinco anos, e segundo a caseira, a situação é sempre a mesma. “No ano passado já teve greve uma ou duas vezes”, lembrou.

Além de adolescentes, a unidade atende também crianças, na educação infantil. “Minha filha tem 4 anos e não tenho com quem deixar. Como faço agora? Eu preciso trabalhar. É um absurdo. O colégio tem convênio com a Prefeitura e o poder público não quer resolver nossa situação. Precisava deixar chegar a esse ponto?”, questionou Fábia Costa, mãe de aluno.

Na última terça-feira, o vereador Leandro Azevedo, que mora na região, já havia alertado a Prefeitura e a Secretaria de Educação sobre a possibilidade de os funcionários pararem mais uma vez. “Se os repasses não forem resolvidos com urgência será inevitável. Os trabalhadores dependem daquele dinheiro para manter as suas famílias com dignidade. Essa será a terceira greve em exatamente seis meses”, lembrou.

Questionada sobre o caso, a Prefeitura de Petrópolis disse, por meio da Secretaria de Educação, que não há atraso de pagamento por parte da Prefeitura para a instituição citada e informou que “o termo de parceria firmado com o Colégio Anglicano de Araras tem vigência até o dia 31 de julho de 2018, conforme decisão judicial proferida pela Vara da Infância e Juventude, com a interveniência do Ministério Público”. A direção da escola diz que o problema é a “interpretação do convênio” e garante que já pediu ao Juízo esclarecimento sobre a questão.