• Após 4 anos da tragédia, moradores do Contorno cobram ações da Concer

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  • 04/11/2021 09:18
    Por Luana Motta

    No próximo domingo, dia 07, completam 4 anos do desabamento que formou uma cratera na pista de descida da Serra de Petrópolis, no km 81, na BR-040. Foram 61 famílias diretamente afetadas pela tragédia, que brigam na justiça pelo direito a uma indenização da concessionária Concer, que administra a via, e a recuperação da comunidade. No próximo sábado, às 9h, as vítimas da cratera vão se reunir no local para lembrar a data e cobrar da Concer ações pela comunidade. 

    Movimentos que apoiam as famílias divulgaram um manifesto pela luta popular. 

    Angélica Proença, moradora do Vale da Escola e diretora da Escola Leonardo Boff, que foi afetada pela cratera, disse que as famílias vêm lutando com o apoio do Ministério Público Federal para conseguir a indenização pela perda das casas e pelo impacto psicológico e social das vítimas. Além disso, pedem, na Justiça, a recuperação ambiental e da comunidade. “O que nós queremos é que não caia no esquecimento, a Concer está muito acomodada, e isso é uma injustiça com os moradores”, disse.

    O MPF entrou com duas ações civis públicas, uma para apurar as causas da abertura da cratera e uma segunda para garantir a indenização para as famílias prejudicadas. Em fevereiro, a Justiça decidiu em favor das famílias e fez o sequestro de R$ 9,5 milhões das contas da Concer para pagar a indenização. O sequestro garante que as famílias sejam indenizadas em algum momento, as ações ainda estão tramitando na Justiça. 

    Segundo Angélica, desde que a pista de descida foi liberada, não houve nenhuma melhoria na comunidade. “O que nós queremos é que a Concer assuma seu erro, pague a indenização, e recupere a área para que a comunidade volte a ter segurança, volte a ser valorizada”, disse. São 33 famílias com as casas interditadas, 22 tiveram as casas desinterditadas e apenas 12 famílias voltaram a morar na comunidade. 

    Ainda em 2017, a Concer firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público e a Prefeitura que garante a assistência às vítimas. As famílias diretamente afetadas recebem o valor de R$ 1 mil correspondente a um aluguel para que elas tenham moradia. O processo que apura as causas do acidente ainda não foi concluído. 

    Em resposta à Tribuna, a Concer informou que as investigações técnicas (feitas a pedido da concessionária) não estabeleceram vínculo entre a subsidência e as obras do túnel. A companhia  disse ainda que mantém o cumprimento do TAC em atendimento às famílias.

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