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  • 02/06/2021 08:00
    Por Joaquim Eloy

    Em nosso sofrido país as coisas só acontecem se destinadas a alavancar a massa privilegiada de integrantes de todos os poderes. Carreiristas se avolumam, de ano para ano, bastando verificar milhares de cidadãos que saltam de um cargo para  outro, como as pipocas desvairadas abandonam os cartuchos lotados e transbordantes, para caírem de paraquedas em novos cartuchos sugadores.  Ficam, pelo caminho, como sempre, os trabalhadores verdadeiramente capacitados e/ou necessitados.

    Observe, quem acompanha o texto, que usei “massa privilegiada” para designar o montante extraordinário de agregados aos poderes, portadores de  salários altíssimos, no contraponto do humilde povo que fica com as migalhas da cesta básica da caridade.  Além de econômico o fenômeno é, também, um grande cabidão (eis aqui um neologismo) do empreguismo oficial. Não falo dos ocupantes dos cargos públicos admitidos por concurso público, nem das capacidades por esoecial saber, mas dos chamados cargos de confiança – legais e justos – anelados aos caprichos dos políticos vencedores das maratonas eleitorais.

    Pois muito bem, vamos ao tema da crônica, em respeito aos deficientes cadeirantes. Estão eles enquadrados ao genérico “deficientes”. E são. 

    É um grupo que cresce aceleradamente em todo o mundo diante dos perigos da vida urbana, principalmente das engenhocas que são lançadas às ruas pela pesquisa tecnológica, a cada segundo mais perigosas e letais.  O exemplo é a motocicleta. Os acidentes têm criado deficientes que passam a depender de veículos especiais. Também os crescentes desastres entre outros veículos que percorrem as malhas viárias e que deixam sequelas irreversíveis. E naufrágios. E cataclismas aéreos,

    De repente,  indivíduos comuns, perfeitos, após acidente, vêm-se dependentes de cadeira de rodas, alguns conseguindo automóveis adaptados a cada caso. Pela natureza da sequela, fica bem claro que são deficientes porém em categoria especial, diferenciados pela adaptação pessoal em suas locomoções. 

    Por sua especialização, deve o cadeirante ter direito a estacionamentos especiais, com adaptações que a ele permita subir e descer do seu veículo, acomodar sua cadeira de rodas, vencer as distâncias com independência e segurança. Como está enquadrado ao mesmo nível de todas as sequelas de excepcionalidade, o cadeirante que conseguir uma vaga para estacionar nas vias urbanas sempre terá imensas dificuldades no ingresso ou saída de seu veículo, sujeito ao trânsito intermitente, caótico por vezes, que coloca sua vida em iminente risco.

    Assim, entendo,  os legisladores – partindo dos municipais – , devam criar regulamentação  de apoio aos cadeirantes – especificamente para eles – reservando estacionamentos exclusivos nas principais áreas urbanas das cidades, fechados, de uso gratuito, com funcionários para auxílio direto aos usuários.  É medida humanitária e de apoio  ao município cuja malha viária é tão complexa quanto a própria política que a administra.

    Proponho, como cidadão, como se estivesse na “Tribuna do Povo”, um estudo do problema, pelos senhores vereadores e, no caso de já existir alguma regulamentação aprovada, igual ou aproximada, ou seja ainda  um tema novo, que se discutam e editem normas que venham atender aos cadeirantes com apoio, consideração e respeito. 

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