• Ao Mestre, com carinho

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  • 18/06/2023 08:00
    Por Enrique Carrano*

    No dia de hoje, o professor Giancarlo Sandri completaria mais um ano de vida caso não tivesse nos deixado na última terça-feira, dia 13. Pela pessoa extraordinária que era, poderia ter ficado mais  um pouco.  

    Pertenceu ele a um grupo que dedicou mais de 40 anos à formação de gerações de operadores  do Direito em Petrópolis, atualmente desembargadores, juízes, promotores de Justiça, procuradores,  defensores e incontáveis advogados.  

    Lecionou Teoria Geral do Estado, Direito Internacional, Público e Privado, bem como Ciência  Política. Costumava dizer que não tinha alunos, mas estudantes, porque entendia que cada um tem de  preparar-se para o enfrentamento do mundo e da vida, na linha da pedagogia da autonomia. 

    Em sala de aula, tinha como marca a total disponibilidade para fazer do discente um novo  amigo. 

    Formado na UCP do início da década de 60 do século passado, em seguida frequentou os  bancos da PUC do Rio de Janeiro e da Universidade de Roma, na Itália. 

    Foi, também, juiz do Tribunal Marítimo, entre 1976 e 1994, em vaga antes ocupada pelo  insigne jurista Celso Duvivier de Albuquerque Mello, irmão dos professores Paulo e Sérgio Duvivier  de Albuquerque Mello, também docentes na graduação em Direito em Petrópolis, todos de pranteada  memória. 

    Costuma-se dizer que o verdadeiro mestre é aquele que mais ensina pelo exemplo pessoal do  que propriamente pelos conteúdos que ministra; porque estes encontráveis em qualquer livro do tema,  e aquele, o exemplo, único e singular. 

    Giancarlo surpreendia-se com as manifestações de carinho e amizade que recebia dos ex alunos praticamente todos os dias, quando saía de casa.  

    Foi essa, aliás, a última cena em que estivemos presencialmente juntos, e que guardarei para  sempre: a de um grupo de jovens senhoras saudando com muita alegria o antigo mestre. 

    – Professor Giancarlo, o senhor não muda, não envelhece! 

    De fato. 

    Assim, então, e na data natalícia do ano de 2023, em vez do telefonema de costume, ficam  registradas estas singelas palavras de saudade nas linhas deste prestigioso jornal.

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