• Ao bom amigo Paulo Santos

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  • 07/05/2019 13:00

    Ao compulsar alfarrábios acadêmicos deparei com cópias de atas, portarias, resoluções e correspondência escritas por Paulo Jerônimo Gomes dos Santos quando de minha passagem pela presidência da Academia Petropolitana de Letras em 1994. Fiel integrante da Diretoria o Acadêmico, à época Membro Titular da Cadeira nº. 37, Patronímica de Joaquim Nabuco atualmente nela toma assento o Acadêmico Ataualpa Antônio Pereira Filho. Paulo exerceu com raro brilho as funções de Primeiro Secretário: redação perfeita, caligrafia artística, bonita e bem delineada digna de ser emoldurada em ouro ao estilo clássico como aquelas que adornam o Louvre ou Versailles. Saudades do amigo. Bem jovem li um dos livros de Jacques Maritain, filósofo francês nascido em Paris e fervoroso católico. Um trecho dizia: “irmãos consanguíneos são consequência lógica da natureza, mas, amigos são aqueles que os nossos corações elegem.” Essas memórias trazem a lume palavras de Exupèry: “É o amor e não o tempo que cura todas as feridas. Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” “O amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.” Por isso, as letras e as artes petropolitanas comovidas rendem um preito de homenagem e gratidão ao ilustre petropolitano, falecido num domingo de carnaval, 13 de fevereiro de 2010. Enquanto se ouvia o rufar dos tambores e agogôs, Paulo era conduzido à presença do Altíssimo aos páramos celestiais e, mãos dadas com a Mãe de Deus e nossa ouviria pouco tempo depois sua sentença absolutória por entre Querubins e Serafins em belos acordes.  Quando entre nós viu nascer e crescer  o anterior Clube CDL,  hoje Câmara de Diretores Lojistas de Petrópolis. Ajudou a fundar tantas outras no estado e fora dele.  Homem de teatro, das trovas, integrou a uma senda de instituições culturais, sociais e benemerentes.  Por longo tempo dirigiu os destinos da Escola de Música Santa Cecília, ali plantou a semente e viu germinar sazonados frutos. Sempre que solicitado a ele prestei minha colaboração em prol da tradicional casa de artes e cultura. Durante décadas participou com afinco junto ao dedicado presidente da UBT, Professor Roberto Francisco, integrando às comissões julgadoras e organizadoras de Jogos Florais. Fincou raízes no seio da família seja filho, pai, irmão, avô ou esposo. Na altura de seus oitenta e oito anos foi exemplo de profícua existência em pleno exercício de suas atividades até o exalar do último suspiro.  Vivia atarefado; as pessoas que se dedicam ao apostolado do servir são sempre  requisitadas e não sabem dizer não. Era dedicado, solícito, simpático e querido por todos. Para nós, continua vivo através de suas obras e ações.  A morte só se concretiza quando apagamos de nossos corações aqueles a quem amamos. É imortal pelos inestimáveis préstimos à cultura, letras, artes e, sobretudo por seu belo coração. Cristo nos prometeu a vida eterna e assim sendo, glorifiquemos ao herói, cuja tenacidade e seu pulso firme, servirão de bálsamo a prosseguirmos nossa missão, espalhando o pão da literatura em suas diversas nuanças. Livre dos grilhões terrenos Paulo dorme o sono dos justos e, como poucos cumpriu as palavras do Apóstolo Paulo em 2Timóteo, capítulo 4, versículo 7 que diz: “Bonum certamen certavi, fidem servavi, cursum consumavi, ou seja, combati o bom combate, cumpri o meu dever e não perdi a fé”.

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