• António Oliveira celebra vitória do Corinthians, exalta trabalho do grupo e blinda Cássio

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 28/abr 19:51
    Por Estadão

    O Corinthians voltou a comemorar um triunfo depois de quatro partidas. A vitória por 3 a 0 contra o Fluminense neste domingo, na Neo Química Arena, pôs fim à sequência de três derrotas e um empate, tanto pela competição nacional quanto pela Copa Sul-Americana. O time alvinegro também não havia marcado gols neste período e viu a pressão crescer sobre os jogadores e comissão técnica. E um aliviado António Oliveira destacou a vitória do grupo num momento de turbulência.

    “Nós sabemos a responsabilidade que é representar um clube desta dimensão. E sabemos a responsabilidade em cada competição. Nós não fazemos de propósito para não termos resultado. Sou sempre o primeiro a dizer que as derrotas são minhas e as vitórias são deles. Portanto, hoje é uma vitória do grupo, que está a se construir, que eu sempre disse que muitas vezes vamos dar um pulo à frente e depois dois atrás, depois, avançar novamente. Portanto, é uma equipe nova, que se dá a conhecer, mas, repare, eu nunca falei sobre isto. Nunca. Nunca mesmo, quando o resultado não veio, nunca falei. É a primeira vez que eu tento falar”, declarou o treinador

    Sobre o momento, o técnico do Corinthians contextualizou a sequência de jogos sem vitória e o andamento do trabalho, e pediu mais paciência. Oliveira aproveitou para cutucar a imprensa a respeito de notícias que, segundo ele, são falsas a respeito do trabalho.

    “Tenho um conjunto de jogadores que muitos deles conheceram pela primeira vez. Eu próprio, enquanto treinador, também os conheci pela primeira vez. E eu sempre falei também, mesmo quando ganhamos, que iria haver retrocessos. Não pensavam que nós chegaríamos aqui e seria vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, e jogamos sozinhos, não existe mais ninguém. (É preciso) perceber a reestruturação que está a ser feita no clube, perceber também que nós, em mudanças, gera-se sempre algum desconforto e algum caos, até chegar a uma estabilidade”, comentou.

    “E para ter essa estabilidade é preciso tempo, mas as pessoas não têm tempo nem paciência para pedir esse tempo. A única coisa que as pessoas querem é que nós, no final do jogo, tenhamos mais um gol que o adversário. Se nós não tivermos isso, é notícia que nunca mais acaba. E aquilo que mais me entristece é a quantidade de notícia mentirosa que sai, que é plantada.”

    O Corinthians teve como grande novidade o jovem Carlos Miguel como titular na meta alvinegra. Por opção da comissão técnica, o goleiro assumiu a vaga do ídolo Cássio, contestado após falhas consecutivas no Brasileirão e na Sul-Americana. Questionado sobre a mudança, António Oliveira comentou os bastidores e blindou os detalhes da conversa com Cássio. O treinador também evitou cravar quem é o titular na meta do Corinthians.

    “Eu não vou mais fazer qualquer comentário. Relativamente ao Cássio, é uma conversa entre mim e o Cássio, portanto, ninguém tem nada a ver com isso. É uma situação interna minha, daquilo que é a minha forma de gerir um grupo de trabalho, porque sabe que ser treinador não é só chegar ali e montar o 4-4-2, o 4-2-3-1, o 3-4-3. É o treino que potencia e os comportamentos que potenciam. Esses comportamentos que nós queremos para a forma de jogar, é muito mais do que isso. Aliás, isso é 20%. 80% é ter a capacidade, ousadia e coragem de poder gerir um grupo de trabalho, 30 egos diferentes que têm sentimentos e têm emoções. Portanto, isso é que é o verdadeiro trabalho de um treinador. Portanto, aqui o Cássio não é culpado de nada, estamos aqui para ajudar. Ele vai voltar forte, mas primeiramente temos de olhar sempre para o ser humano. Isso é a minha principal prioridade e, como ele sabe, estou aqui para sempre os proteger.”

    “A decisão tenho que pensar, tem que ter fundamento nas decisões. Espero que Deus me dê sanidade mental para acertar mais do que errar. Fez um bom jogo, hoje ganhamos, então é uma equipe que sofre pouco, mas as pessoas só olham os gols marcados. A equipe (Fluminense) não deu trabalho ao Carlos Miguel, e nós estávamos a jogar com o campeão da Libertadores. Repare nos adversários. Na Argentina, jogamos contra um semifinalista do país. As pessoas não querem saber disso, é nossa responsabilidade lutar e ganhar”, acrescentou.

    O treinador terminou a coletiva com um grande elogio à torcida que, na sua visão, foi determinante para a vitória. “Eu não poderia em nenhum momento sair desta coletiva sem falar do 12º jogador, que foi determinante para nos catapultar para uma grande vitória. Eles foram parte integrante desta vitória, foram determinantes, porque quem apoia desta forma é inacreditável. Hoje, eu pedi aos jogadores, aqui ninguém vai lutar para sobreviver, aqui nós vamos lutar para renascer. E hoje, com a ajuda dessa torcida maravilhosa, é inacreditável o que esta gente faz, eu já vivi em todos os contextos aqui do futebol brasileiro. É único. Portanto, estamos muito gratos a eles e agradecemos porque sem eles este dia hoje não seria possível.”

    O Corinthians volta a campo na quarta-feira, dia 1º de maio, quando encara o América de Natal, fora de casa, no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. A bola rola às 20h30 (de Brasília).

    Últimas