Ansiedade, estresse e tristeza podem causar feridas nos cães
A correria e mudança de ritmo na vida das pessoas pode roubar um pouco do tempo na atenção que antes era dada ao melhor amigo da casa, não é? Pois é, pouca gente sabe que esse distanciamento do dono pode causar distúrbios de comportamento a ponto do animal causar machucado por lambedura no próprio corpo.
As chamadas feridas psicogênicas são feridas que o animal lambe com frequência, tenta tratar e nunca melhora. Geralmente, aparecem nas patinhas, mais especificamente no punho do animal. Apresentam aspecto seco e crostoso, mas sem secreção.
De acordo com a médica veterinária Maria Beatriz Pellegrini, da Clínica Veterinária Amigo Bicho, ainda existe um grande número de pessoas que não acredita que o animal possa ter esse tipo de distúrbio psicológico.
“O motivo deste tipo de ferida é algo que está incomodando o animal, como tristeza, estresse e ansiedade. Geralmente acontece quando o tutor trabalha o dia todo e o animalzinho fica muito só ou quando é introduzido um animal na casa e eles não estão se dando bem. Outra possibilidade também é em caso de animais que vivem muito dentro de casa e a partir do momento que nasce um bebezinho ou outra pessoa vem morar na casa, ele é colocado do lado de fora ou no canil. Se o proprietário não atentar para isso e identificar o motivo dessa situação. O bichinho não melhora nunca”, esclarece a profissional.
Apesar de tudo, com paciência, é possível evitar o problema. Atividade física pode ser uma grande aliada, principalmente se for algo praticado em conjunto, como passear com o animal, jogar bolinha ou outras brincadeiras que incluem a presença do dono e diminuem a sensação de solidão do animal.
“Para quem trabalha o dia todo, às vezes, é difícil colocar mais trinta minutos de compromisso neste dia com o seu animal. Mas, trinta minutos diários de caminhada com o cachorrinho – algo difícil de começar, mas que depois que entra na rotina, flui naturalmente – já ajuda bastante” orienta Beatriz.
A médica veterinária dá outra dica: “Se o animal puder frequentar o interior da casa e naquele momento que o tutor estiver lendo um livro, vendo televisão ou fazendo algo no computador, o bichinho puder estar do lado, com o dono interagindo, fazendo carinho e se for menorzinho estando no colo, também ajuda”, explica.
Em muitos casos o animal também precisa de medicação e adestramento para atenuar o comportamento. Por isso, é sempre importante, procurar um médico veterinário para que seja feita a orientação adequada.