André Jardine pede cuidado com rivais na Olimpíada: ‘Temos que respeitar todos’
A seleção brasileira masculina de futebol conheceu nesta quarta-feira os seus rivais na fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O técnico André Jardine projetou a participação da equipe na competição e pregou respeito aos três adversários sorteados para o Grupo D: Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita.
O treinador não espera que o Brasil tenha vida fácil no torneio olímpico. Mas sabe que, em um campeonato com esse nível de competitividade, não há outra opção senão encarar todo jogo como uma decisão, independente do adversário.
“É uma competição muito difícil, com caráter de Copa do Mundo. É uma competição que requer um respeito muito grande por cada adversário. O exemplo das últimas Olimpíadas é importante. O Brasil foi campeão, mas na primeira fase teve muitas dificuldades e nem sempre contra camisas consideradas pesadas. É uma chave difícil, como as outras também são. É muito difícil conjecturar qual Seleção é mais forte, a competição é que vai acabar dizendo. A possibilidade de levar jogadores acima da idade torna ainda mais difícil da gente decifrar quem serão os principais adversários. O que nos remete a pensar jogo a jogo e ter uma preparação perfeita, com um estudo profundo de cada adversário. Temos que respeitar todo mundo e fazer de todo jogo uma final”, analisou.
Até a convocação da lista final para os Jogos Olímpicos, André Jardine ainda terá mais uma Data Fifa para observar atletas. A relação para a Olimpíada deve ter 18 jogadores, com apenas três deles nascidos antes de 1997. Elaborar essa lista é um desafio que o treinador encara de peito aberto.
Com 68 atletas observados em todo seu trabalho na seleção olímpica, o treinador mantém as portas abertas até mesmo para jogadores que nunca estiveram com o time, principalmente diante da possibilidade de levar três “veteranos” com o grupo que vai para Tóquio.
“É um quebra-cabeça que a gente há bastante tempo vem tentando montar. Com certeza, até o último dia estaremos exercitando raciocínios, montando de uma maneira ou de outra, até encontrar um elenco de 18 atletas, imaginando muitos cenários durante a competição. Não pode faltar jogador para nenhuma posição. Queremos montar esse quebra-cabeça. Os jogadores acima da idade entram muito em cima dessa avaliação que temos para ter, em algumas posições chave, uma minutagem maior, um nível de experiência maior. E se possível, em alguma posição, um jogador que possa vir e fazer a diferença, agregar com uma coisa a mais para a equipe, que é uma equipe que tem sua identidade, seu jeito de jogar, mas que não pode se fechar ao acréscimo de jogadores de qualidade”, avaliou.
Se a lista ainda precisa ser definida, em um aspecto André Jardine não precisa ter dúvidas: a vontade dos atletas. Durante a entrevista coletiva, o treinador valorizou a paixão com a qual muitos desses jogadores encaram a chance de defender a seleção brasileira.
“Esse desejo que alguns jogadores manifestam é importante, a gente gosta de ouvir. Muito mais do que a qualidade técnica, em primeiro lugar vem esse fogo, essa paixão, essa vontade de jogar uma Olimpíada, de estar na Seleção. A gente leva muito isso em consideração e percebe isso muito forte em alguns jogadores, mesmo, em alguns casos, em jogadores já de Seleção Principal, manifestando e mostrando. Isso só vai deixando muito claro para todo mundo o quão importante é essa competição que estamos nos preparando para jogar”, pontuou.