• 15/abr 08:00
    Por Afonso Vaz

    Neste ensejo, quando busco homenagear mais um brilhante poeta e trovador, além de Bacharel em Direito, jornalista, romancista e político – José Guilherme de Araújo Jorge – permito-me relembrar, de início, o professor, escritor e também exímio poeta, Paulo Cesar dos Santos.

    E assim procedo porquanto o ilustre professor, membro da Academia Petropolitana de Letras, ao tecer comentários sob o título “O encontro do poeta e o escritor” que integra a obra “Pai e filho na mesma trilha, manifesta-se com louvas, a propósito de José Guilherme de Araújo Jorge, parafraseando-o com a assertiva “não sou crítico sou apenas um “PROVADOR DE VERSOS há muitos anos”, vinhos de velhas e novas safras, degustando-as para o meu prazer e minha alegria…”

    Seguindo na mesma trilha adotada pelo mestre Paulo Cesar dos Santos, valho-me deste espaço para aqui deixar consignado, também, modestas considerações no concernente à vida e obra do renomado poeta José Guilherme de Araújo Jorge, que mereceu ser conhecido como o “Poeta do Povo e da Mocidade”.

    Nascido no Estado do Acre a 20 de maio de 1914, legou-nos obras poéticas tais como – “Meu Céu Interior” (1934); “Bazar de Rítmos” (1935); “Cântico dos Cânticos”; “Amo”; “Cântico do Homem Prisioneiro”; “O Eterno Motivo”; “O Canto da Terra”; “Festa de Imagens” e tantas outras.

    Tendo mergulhado suas produções poéticas buscando envolvê-las no lírico, no amor e bem assim no campo social, quedou que tais modalidades agradaram sobremaneira a seus inúmeros leitores, por isso mesmo ficando conhecido, como já assinalado anteriormente, o “Poeta do Povo e da Mocidade”.

    José Gomes de Araújo Jorge, transitando pela política eleito deputado federal pelo estado da Guanabara (1970) e, posteriormente, pelo estado do Rio de Janeiro (1978 – 82).

    Permita-me afirmar quanto a extraordinária expressividade do poeta ora relembrado, em razão das obras que fez publicar, plenas de idéias da forma clara e eficaz, enfim, transmitindo sentimentos.

    Todavia, busco nestas linhas distingui-lo com três notáveis trovas que as considero como de primeira grandeza.

    Ei-las:

    “Saudade – estranha ilusão

    que à solidão recompensa, 

    presença do coração

    maior que a própria presença”

    “Poesia, velha poesia

    que o tempo não esmaece…

    Um sino em Ave-Maria…

    Um pôr-de-sol… uma prece”

    “Nos teus lábios há dois beijos

    nas tuas mãos, há dois ninhos

    nos teus olhos, dois desejos

    no teu destino… caminhos”.

    O insigne poeta Araújo Jorge faleceu no Rio de Janeiro em 27 de janeiro de 1987, entristecendo o mundo poético do nosso país, admiradores, jornalistas, políticos, amigos e, sobretudo, entes de sua família.

    A sextilha abaixo, da lavra de um poeta apaixonado pelo belo, pelo amor, pelos amigos, pela família, enquadra-se evidentemente no pensamento de todos nós que tanto apreciamos a obra de José Gomes de Araújo Jorge.

    Ei-la:

    “Mesmo de longe, distante,

    Eu sinto, como ninguém, 

    No arfar do peito, o momento

    De glória que teve alguém,

    Em razão do seu talento,

    No trabalho tão brilhante”.

    (O.G.V)

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