• Amiga de Flordelis ‘treinou’ testemunhas para não envolvê-la no crime, diz neta

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  • 10/11/2022 16:23
    Por Rayanderson Guerra e Fabio Grellet / Estadão

    Neta da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza, Rebeca Vitória Rangel Silva afirmou em depoimento na manhã desta quinta-feira, 10, no julgamento sobre o homicídio do pastor Anderson do Carmo, que Paula Neves Magalhães de Barros, amiga e braço direito da avó, simulou a coleta de depoimentos de testemunhas do processo para instruí-las a não acusar a ex-parlamentar. De acordo com Rebeca, segunda testemunha de acusação ouvida neste quarto dia de julgamento na comarca de Niterói do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Paula do Vôlei, como é conhecida, procurou os filhos e netos de Flordelis para submetê-los a perguntas.

    “Ela sentava com a gente e simulava que ela era a delegada. Se a gente falasse algo sobre a Flordelis, ela dizia que não. Ela fazia a nossa cabeça para chegar na DH (Delegacia de Homicídios) e não acusar a Flordelis. Se eu falasse que a Flordelis era a mandante do crime, ela cortava”, afirmou.

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    A primeira testemunha do dia, Roberta dos Santos, filha adotiva da ex-parlamentar e de Anderson do Carmo, disse ainda que o assassinato do pastor “só aconteceu porque ela (Flordelis) permitiu”. Questionada se Flordelis foi a mandante do crime, Roberta foi taxativa: “Com certeza”.

    Segundo ela, a família de Flordelis “não era uma família normal, mas era uma família”.

    “Torta, errada, mas era uma família. Aprendemos a normalizar. Era uma família enorme. O Niel (apelido de Anderson, marido da ex-parlamentar) tratava a Flordelis como um Deus. O Niel tinha muito respeito por ela”, disse.

    A filha da ex-deputada negou que a mãe ou uma das irmãs tenham sido alvo de abuso sexual por parte de Anderson do Carmo.

    “Não existe abuso sexual. O Niel (Anderson) não era um abusador”, disse. “Quando me perguntam isso, me dá um embrulho no estômago. A forma como eles estão levando isso é um deboche com mulheres que realmente sofrem abuso sexual. Isso é uma afronta. O Niel respeitava. Ele não permitia que a gente andasse de biquíni, de short curto, porque tinha muito homem naquela casa. Abuso sexual eu nunca ouvi naquela casa. É uma casa grande, tem fofoca. Se tivesse, saberíamos.”

    Rebeca e Roberta foram ouvidas como testemunhas de acusação nesta quarta-feira. Onze pessoas já prestaram depoimentos até o momento. Ainda estão previstas as oitivas de outras 16 pessoas em defesa dos réus.

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