• Ambição desmedida

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  • 20/09/2017 12:35

    Assistimos, durante a semana que findou e continuamos a assistir, o triste espetáculo que vem ocorrendo em Brasília, a envolver autoridades públicas e “personalidades” integrantes de grupos privados. 

    Os acontecimentos em questão, se enxergados por determinada vertente, num primeiro momento, nos conduz aos sentimentos de tristeza e descrédito, quando vimos envolvidas pessoas de realce, com efetiva participação na vida pública da nação, se é que estejam de fato comprometidas com tais eventos, eis que somente à justiça caberá se manifestar a tal propósito, aliás, como já se deu com diversas figuras que compuseram o cenário público e privado do país.

    Por outro, quando abraçamos o sentimento da esperança, voltados para a expectativa de melhores dias que poderão advir, em prol de nosso país e de seu sofrido povo, percebemos que ainda nos domina uma forte certeza de que tudo não está perdido, especialmente em decorrência de decisões do Judiciário e de novas práticas a serem adotadas no trato da coisa pública.

    É bem verdade que o que vimos assistindo, em certas situações, são de causar espanto e perplexidade ante os escândalos que acabaram por assolar a terra pátria, embora o Poder Judiciário a julgar e punir os culpados.

    Esses mesmos culpados, certamente, carregam sobre as costas, e talvez nem imaginem o mal que proporcionaram à nação e a seu povo, ante a ganância desmedida praticada com relação a bens adquiridos e verbas que fizeram receber de forma inequivocadamente ilícitas, em detrimento de inúmeras ações que poderiam ter sido desenvolvidas pelo poder público e que não o foram por força dos descalabros praticados.

    A educação, a cultura, a segurança pública e, sobretudo, a saúde, foram áreas extremamente prejudicadas, em decorrência de tais atitudes inomináveis praticadas por aqueles que fizeram usurpar verbas dos cofres públicos, transformando-as em “dinheiro podre”, de forma a possibilitar a acumulação de fortunas, transformadas em pesos que serão carregados pelo resto de suas existências.

    Vale lembrar o poeta, quando escreveu:

    “Teve ambição desmedida, / tão grande a sua cobiça, / que corvejou pela vida / em torno até de carniça”.

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