Alunos protestam contra mudanças adotadas por nova direção do Liceu
Os alunos do turno da manhã do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio fizeram uma manifestação nas dependências da escola durante a manhã dessa sexta-feira (22), recusando-se a entrar em sala sob gritos de protesto. A motivação teria sido a oposição dos alunos à nova direção da escola que, segundo eles, está adotando “medidas prejudiciais ao direito dos alunos de se expressarem”. Eles reivindicam também a volta do antigo diretor da escola.
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Pelo menos cem alunos estavam no pátio e nos corredores da escola durante a manifestação, recusando-se a assistir aulas até que houvesse um posicionamento da direção, que permaneceu reunida com uma comissão formada por alunos durante toda a manhã. Alguns relataram que, com a recente mudança da direção, “novas medidas de repressão” estão sendo tomadas em todos os turnos da escola. Entre as principais reclamações estão a proibição do uso do celular nas dependências da escola, a divisão dos alunos de 8º e 9º anos durante os intervalos, e ainda separação de filas de acordo com os sexos dos alunos.
“Nós não queremos que continue essa direção nova aí, não. O que estão fazendo conosco agora é uma repressão, é uma ditadura. Somos estudantes, não prisioneiros”, disse o representante de um grupo de alunos da unidade. Mesmo com a manifestação, as aulas foram mantidas, mas os alunos que participaram do movimento teriam sido impedidos de entrar. “Eles disseram que quem quisesse entrar na hora do início da aula que entrasse, caso contrário não entrava mais. Alguns chegaram atrasados e acabaram sendo ‘barrados’. E isso além de todas as providências autoritárias de que os alunos estão reclamando. Estamos todos meio perdidos em meio a tudo isso”, disse Maria Luíza Carvalho, aluna do 8º ano. A Guarda Civil esteve na unidade escolar para evitar conflitos.
Os alunos só estavam sendo liberados da escola durante a manifestação mediante a presença do responsável legal. Entretanto, havia vários alunos pulando os muros da escola e fugindo sem a autorização dos funcionários. “É claro e evidente que eles não estão satisfeitos. Olha a proporção que tudo isso tomou, não tinha a menor necessidade de chegar a esse ponto. É ruim para todo mundo, tanto para os alunos quanto para os pais, e até para a própria direção”, afirmou Kátia Carvalho, mãe de Maria Luíza.
Segundo a Prefeitura, a nova direção do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio tomou posse no início deste mês. O órgão informou que a liberação do uso de celular durante o recreio será discutida entre a direção e os pais e responsáveis legais na próxima semana, durante uma reunião das turmas. A Tribuna tentou fazer contato direto com a direção da escola no local, mas os funcionários da unidade não autorizaram a entrada.
Com relação à separação dos estudantes durante o recreio das turmas dos 8º e 9º anos, a direção do Liceu informou em nota que a medida foi tomada para garantir a segurança dos alunos, já que o pátio externo da unidade escolar estava ficando apertado demais para comportar de uma só vez todos os alunos das turmas no intervalo do turno da manhã. Segundo a unidade, são 350 alunos do 8º ano e outros 250 do 9º ano, isto é, 600 alunos, número que o pátio não comportaria.
Ainda de acordo com a direção da escola, a formação de filas na hora da entrada também tem como objetivo impedir a aglomeração nos corredores da unidade escolar, garantindo assim a segurança dos estudantes. A escola não se posicionou a respeito de a fila ser separada de acordo com os sexos dos alunos.