• Alunos ocupam Ciep Cecília Meireles, em Corrêas

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  • 16/05/2016 17:00

    Na última quinta-feira, o Ciep Cecília Meireles, em Corrêas, foi ocupado por estudantes da unidade de ensino, que permanecem alojados no local dia e noite. De acordo com a presidente do grêmio estudantil, Thainá Oliveira, cerca de 100 estudantes permanecem na escola e vão continuar no local até que ao menos as reivindicações locais sejam atendidas. A maior parte das exigências é com relação à parte estrutural do prédio, que eles alegam estar precária. Apesar disso, a equipe de reportagem não foi autorizada a entrar na escola para verificar o real estado de conservação da unidade.

    Os estudantes também pedem acesso livre a uma parte do terreno da escola, que permanece constantemente fechado, a abertura dos laboratórios de informática e ciências, a criação de uma sala de convivência, autorização para o uso do vestiário e limpeza regular do mesmo, além da melhoria das salas de aula. Eles pedem ainda a reformulação do campo de futebol. A Associação Petropolitana dos Estudantes (APE) apoia a iniciativa e está no local junto aos alunos. 

    “Estamos mantendo um diálogo com a Diretoria Regional de Educação Serrana I, mas até o momento não houve entendimento. Nós da APE estamos aqui prestando solidariedade ao movimento legítimo dos estudantes, para que ao menos as solicitações locais de melhorias na unidade sejam atendidas. O que achamos um absurdo foi o diretor da unidade pegar os cartões Riocard dos alunos, e a despensa ter ficado vazia antes da ocupação. Acreditamos que a própria direção retirou os alimentos, para que não pudéssemos usar. Por isso, pedimos as pessoas que se solidarizam com a nossa causa, para doarem alimentos aqui na unidade”, disse a presidente da APE, Caroline Chianazzoli.

    Apesar de ocupada, algumas aulas que fazem parte do quadro de ocupação estão sendo realizadas na unidade. “É importante ressaltar que a ocupação visa apenas melhorias para o local e para os estudantes. Mesmo assim, a direção da escola tentou desmoralizar o movimento, fazendo uma reunião antes da ocupação para convencer os pais a não liberar os filhos para a ocupação. Apesar disso, estaremos sempre disponíveis para diálogos, tendo em vista que o que desejamos é uma solução positiva para todos”, ressaltou. 

    O movimento estudantil da cidade obteve as primeiras vitórias após o fim da ocupação do Colégio Dom Pedro II. A escola ficou sob o comando dos estudantes do dia 18 de abril até o dia 3. Além disso, uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) garantiu dentre outros pedidos a eleição direta para o cargo de diretor. A partir da desocupação das escolas, acontecerá o pleito dentro de 40 dias. Já nas escolas que não foram ocupadas, as eleições acontecem em 60 dias. Além disso foi aprovado o fim do Saerj (Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de  Janeiro) e a volta do RioCard para os estudantes das escolas que estavam ocupadas.

    Há quase 80 dias 80% dos professores da rede estadual entraram em greve e ainda não há previsão para o término do movimento.


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