Alunos fecham BR-040 pela 2° segunda vez

Pela segunda vez, os alunos da Escola Municipal Dom Pedro de Alcântara, localizada na altura do quilômetro 94 da BR-040, na subida da Serra, fecharam a rodovia em protesto contra o fechamento de turmas da unidade. Os estudantes do segundo segmento do Ensino Fundamental lutam pelo direito de permanecer na escola depois que a Prefeitura anunciou, em outubro, o fechamento das turmas do sexto ao nono ano.

Usando troncos de árvores, pedaços de madeira e cones, os estudantes e pais, fecharam a rodovia em frente a escola. Em alguns momentos o tráfego ficou totalmente interrompido e o engarrafamento chegou a três quilômetros. "Queremos nossa escola aberta, com todas as turmas funcionando. Vamos continuar lutando por esse direito", disse a mãe de duas alunas, Jaqueline Alves, de 39 anos.

De acordo com a proposta da Prefeitura, os 57 alunos do segundo segmento do Ensino Fundamental serão transferidos para a Escola Municipal Odete Fonseca, localizada no Duques, cerca de 10 quilômetros mais distante da Dom Pedro de Alcântara. A Prefeitura ressalta que um ônibus fará o transporte dos alunos, mas segundo os pais, o veículo não comporta todos os estudantes e quem ficar sem o transporte do município terá que pegar quatro ônibus para conseguir chegar na escola.

Os pais dos alunos chegaram a levar o assunto ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Conselho Municipal de Educação (Comed). "Fomos a reunião do conselho, mas nenhum representante da Prefeitura apareceu. Não teve quórum e não conseguimos avançar com o diálogo", disse a moradora. Segundo a Prefeitura, a partir do ano que vem a escola Dom Pedro de Alcântara, que existe há mais de 60 anos, vai funcionar em tempo integral para o primeiro segmento do ensino fundamental. 

Além da Dom Pedro de Alcântara, a Prefeitura tinha anunciado o fechamento de turmas em pelo menos outras seis unidades da rede municipal. No entanto, na semana passada, o município voltou atrás e decidiu que em três escolas – Abelardo De Lamare (no Caxambu), Arnaldo Dyckerhoff (localidade do Juriti) e Felix Wan Erven de Barros (Posse) – não terão mais turmas fechadas a partir de 2018. 

Nestas três unidades localizadas no Caxambu e na Posse, pais e alunos também se mobilizaram contra o fechamento das turmas e procuraram ajuda no Ministério Público. "Soubemos que nestas comunidades, os pais conseguiram sair vitoriosos e a Prefeitura voltou atrás. Também vamos lutar para que o mesmo aconteça aqui com a Dom Pedro Alcântara", ressaltou Jaqueline.

Até o momento a Prefeitura manteve a decisão de fechar turmas nas escolas Soroptimista (nas Pedras Brancas), Gunnar Vingren (no Valparaíso) e Hermínia Matheus (no São Sebastião). Nesta última unidade, pais de alunos fizeram um protesto na tarde da última quinta-feira (7). A escola funciona no bairro há pelo menos 30 anos. A proposta da Prefeitura para a Hermínia Matheus é transferir 230 estudantes para a João Paulo II, que fica no mesmo bairro. Com isso, a escola passa a ser um Centro de Educação Infantil (CEI). 

Em nota, a Prefeitura confirmou que as mudanças na Escola Dom Pedro de Alcântara estão mantidas e que a "reorganização" dos espaços escolas nas unidades da rede municipal está prevista no Plano Nacional de Educação, editado em junho de 2014. A meta estabelece que até 2025 o município tenha ensino integral em até 50% das escolas públicas.