Alunos da rede estadual aprendem matemática em tabuleiros de Xadrez

Alunos da 1ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual Luiz Tito de Almeida, optaram por estudar matemática de forma diferenciada e lúdica. O Colégio fica na zona rural do município de Bom Jesus do Itabapoana, no distrito Rosal, Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.  Denominada “Matemática nos Tabuleiros”, a eletiva vem sendo oferecida semanalmente na unidade escolar.

A proposta curricular busca aprimorar o raciocínio lógico, através da análise de situações vividas durante as partidas, além de propiciar a reflexão da vida cotidiana. A disciplina é pautada na percepção de que as atividades lúdicas exigem concentração e análise. Suas práticas voltadas para objetivos específicos e orientados contribuem para a aprendizagem nos mais diversos campos dos saberes.

Desde o momento em que passou a ser ministrada, a disciplina vem estimulando jovens estudantes, de faixa etária de 15 a 17 anos, que em sua maior parte trabalham na lavoura e pecuária durante o dia e estudam à noite.

“Desde pequeno jogo xadrez. Já em matemática não sou muito bom, sabe. Está sendo ótimo para mim. Sem dúvidas, ficou muito legal aprender matemática”, disse João Carlos Ferreira que sonha em ser Engenheiro Civil, assim que terminar o Ensino Médio, e quando soube que tinha a chance de conciliar a matemática com um amor antigo se animou.

Com Marcos Rhyan Rezende, de 16 anos, foi um pouco diferente. A escolha pela disciplina eletiva surgiu como uma forma de se desafiar.

“Nunca tinha jogado, não sabia nada do jogo em si. Mas, coloquei na minha cabeça que era um desafio. Por isso, tinha que aprender o jogo e, claro, melhorar o meu desempenho em matemática. Exatas é uma disciplina bem complicada, porém quando a gente pega jeito ela acaba se tornando fácil.”

O professor Fábio Celta é o responsável por ministrar as aulas todas as noites de quartas-feiras, ele destaca que a introdução da prática enxadrista favorece o desempenho emocional, afetivo, cooperativo, moral e social, o espírito competitivo e desafiador dos alunos, além de transmitir confiança e, claro, ser um novo jeito dos estudantes aprenderem matemática.

“O intuito é que em um pouco espaço de tempo haja a transformação, no que tange a quatro pilares: disciplina, concentração, raciocínio e planejamento. Não é apenas um momento de lazer. É muito mais que isso. Na unidade, estamos dando início a um trabalho científico. Ao final, vamos comparar os desempenhos nas disciplinas de maior peso e esperamos poder demonstrar a eficácia dos benefícios do uso desta poderosa ferramenta pedagógica: o xadrez”, explicou.

Atualmente, a rede estadual de ensino conta 26 unidades escolares que ofertam “Matemática nos Tabuleiros”, com o total de 37 turmas anuais e semestrais.