Aluguel Social continua atrasado para 800 famílias
Quase 800 famílias, vítimas das chuvas na cidade em 2011 e 2013, permanecem com o aluguel social atrasado pelo Governo do Estado. Hoje, faz cinco dias do atraso – prazo de tolerância para o pagamento dos contratos de aluguel. A apreensão de moradores de bairros afetados aumenta frente a possibilidade de despejo, caso os aluguéis não sejam pagos. Outro medo dos beneficiários é que locatários passem a não querer alugar para quem recebe o aluguel social, por medo de não receber.
A confeiteira Juliana Soares, de 32 anos, e mais quatro famílias (todas com grau de parentesco com ela) não sabem o que fazer. Eles moravam em Nova Cascatinha, em casas próprias, em terreno herdado de família, comprados pelos bisavós de Juliana. Em 2011, uma barreira desmoronou invadindo parte da casa e provocando rachaduras no imóvel. A Defesa Civil interditou as cinco casas que ocupavam o terreno e, em dois meses, demoliu, obrigando Juliana e seus familiares a se mudarem. Em abril passou a receber o aluguel social do estado no valor de R$ 500,00.
A mãe de Juliana, Jane de Souza, que morava lá há 59 anos, afirma que nunca havia tido desmoronamentos no local. Juliana conta que o prefeito, na época Paulo Mustrangi, pediu que as famílias cedessem o terreno para construção de uma praça ou uma quadra para crian- ças na comunidade – uma vez que o bairro carece de espaços públicos de lazer. Mas nada nunca foi feito. “O que mais me deixa indignada é ver que o terreno virou depósito de lixo da vizinhança”.
Joelma S. Souza, outra vítima dos temporais de 2011, não quis esperar a sorte (ou azar): “Tive que deixar de fazer minhas compras do mês para pagar o aluguel”, contou Joelma. “O locatário não vai querer saber do atraso, com certeza vai ter juros”, disse Jane.
A Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) aguarda a liberação da verba da Secretaria de Fazenda para realizar o repasse para os beneficiários e afirma que “este mês houve atraso no pagamento do benefício devido à crise financeira do estado. A SEASDH já solicitou à Secretaria de Fazenda prioridade no pagamento dos programas sociais e aguarda a liberação da verba."
Vítimas das chuvas de 2016
Cerca de 100 famílias atingidas pelas chuvas de janeiro de 2016 tiveram seus imóveis interditados pela Defesa Civil e aguardam até hoje o cadastramento no programa. Quanto a esses casos, a SEASDH afirmou que “o Termo de Cooperação Técnica, assinado entre Estado e municípios, contempla um número determinado de famílias e, para que novas famílias sejam incluídas, é preciso assinar um termo aditivo”.