• Alto risco: Ministério Público constata superlotação em seis abrigos de Petrópolis

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  • 24/02/2022 08:00
    Por João Vitor Brum, especial para a Tribuna

    Os 22 abrigos montados em Petrópolis têm sido a casa de pelo menos 1.330 pessoas desde a última semana. Entre os desabrigados, há 346 crianças, todas acompanhadas de responsáveis. Mas, de acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), nem todos abrigos podem ser considerados seguros. Pelo menos seis destes espaços foram classificados pelo órgão como de “alto risco” e precisam receber intervenções. Entre eles, cinco são de gestão pública.

    Dos abrigos da cidade, 15 são de gestão pública e sete foram organizados pela sociedade civil. Nos 22 espaços, o Ministério Público contabilizou 1.330 pessoas, enquanto a Secretaria de Assistência Social informa que atende 905 pessoas nos 14 pontos de administração municipal.

    Entre os abrigados, há 346 crianças, todas acompanhadas de pelo menos um responsável, 60 adolescentes, 107 idosos e 18 portadores de deficiência.

    A classificação de risco leva em consideração o número elevado de pessoas abrigadas nos locais, como explica a promotora Vanessa Katz, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis.

    “Todo abrigo com mais de 80 pessoas é considerado de alto risco, em decorrência da superlotação destes espaços. Já identificamos problemas como surtos de piolho e casos de Covid confirmados entre os abrigados, o que gera muita preocupação. Precisamos entender que estes locais, na grande maioria escolas, não foram construídos para receberem famílias, o que dificulta o atendimento”, disse a promotora.

    Uma apuração da Tribuna de Petrópolis aponta casos confirmados nos abrigos montados nas escolas municipais Duque de Caxias e Germano Valente, além de relatos de pessoas tossindo, com suspeita para a doença, na EM Rubens de Castro. 

    São considerados de alto risco os abrigos nas escolas municipais Rubens de Castro Bomtempo, Germano Valente, Papa João Paulo II, no Colégio Estadual Rui Barbosa, na Igreja Santo Antônio e na Escola Comunidade Santo Antônio.

    “A pior situação é na Igreja de Santo Antônio, local que também é o mais próximo do epicentro da tragédia e tem mais pessoas. Amanhã, temos uma reunião com dirigentes dos abrigos da sociedade civil e vamos continuar acompanhando tudo”, finalizou a promotora Vanessa Katz.

    O assunto foi mencionado durante reunião na Sala de Crise montada pelo MPRJ na sede do órgão em Petrópolis. O procurador-geral do Ministério Público, Luciano Mattos, destaca que o papel do órgão envolve toda a gestão de desastres.

    “As ações começam no que antecedeu a tragédia, no sentido de evitar que ela acontecesse; passando pelo acolhimento nos abrigos; descarte de entulho e lama retirados das ruas; até chegar no acompanhamento preventivo de todos os gastos que serão feitos daqui pra frente”, explicou o procurador-geral.

    Em resposta à Tribuna, a Prefeitura informou que uma empresa se voluntariou para, na próxima semana, fazer a desinfecção dos pontos de apoio. “O objetivo é minimizar os casos de covid-19 e outras doenças que possam acontecer”, informou em nota.

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