• Alta do dólar fortalece mercado de confecções

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  • 03/02/2016 09:10

    A alta do dólar e a desaceleração da economia da China pode ser uma luz no fim do túnel para o setor de confecções.Desde novembro, Petrópolis registra os primeiros passos rumo à volta do fortalecimento da área, que é uma das vocações do município, que abrigou grandes empresas como a Dona Isabel, Cometa e a Fábrica Petropolitana. A primeira medida identificada por quem trabalha no setor é o retorno das empresas, que tinham optado por fabricar seus produtos nos países asiáticos e voltaram atrás. A procura por trabalhadores terceirizados já está crescendo e a expectativa é de que este será um bom ano para quem atua na área.O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas e Chapéus de Senhoras de Petrópolis(Sindcon), Addison Meneses,estima que existem, atualmente,na cidade cerca de 600 confecções. Para ele, com o dólar mais alto, as importações diminuem, o que favorece a compra de produtos nacionais. Addison acredita que a volta da produção em Petrópolis mostra que 2016 será um ano diferente.“O ano passado foi um período ruim, principalmente noque diz respeito à inflação. Os consumidores perderam poder de compra e vimos um alto número de demissões. Tudo isso somado à facilidade de importação de produtos asiáticos,mais baratos, que afetou as vendas de uma maneira geral”,comentou. De acordo com o presidente do Sindcon, a cidade vive um momento delicado com relação ao comércio, mas com as confecções voltando a fabricar aqui, a tendência é mudar esse quadro.A movimentação do setor já está sendo observada por quem trabalha na área. Como é o caso de Luzia Kappaun, que atua há 20 anos em uma empresa de tecnologia e soluções para confecções, que oferece desde peças e acessórios até equipamentos de automação– que evitam desperdícios na cadeia produtiva e assistência técnica. “Temos visto que os clientes que estavam fabricando na China estão vendo que não está valendo mais a pena e, por isso, estão procurando indicações sobre confecções e facções daqui, uma vez que leva um tempo até que elas voltem a montar o parque fabril e consigam reestruturara produção”, disse. Para ela, oque havia sido perdido para os países asiáticos há alguns anos está começando a ser recuperado. “Esperamos uma reação positiva, com geração de emprego, aumento das vendas e da produção na cidade, com aumento da competitividade das empresas”,destacou, acrescentando que o reflexo disso será visto melhor durante o inverno.Já o empresário Jorge Kappaun lembrou que a alta do dólar favorece a exportação.“A maior vantagem é que com isso fica mais difícil dos produtos importados entrarem no país, favorecendo a vendado mercado nacional. Vemos que as marcas que estavam comprando fora estão voltando a fabricar no Brasil, oque mostra uma tendência de fortalecimento do setor para os próximos meses”, acredita.Andréa Braga Rocha é proprietária de uma confecção que funciona na Rua Teresa há 23 anos. Especializada em uniformes, a empresa emprega 45 pessoas, atualmente. Isso porque no ano passado foi preciso demitir 5. Os motivos,segundo ela, foram, principalmente,aumento da parte tributária e queda nas vendas.Andréa contou também que foi prejudicada por causa do fechamento de 5 escolas na cidade entre o ano passado e o início de 2016, uma vez que era a responsável pela confecção dos uniformes,cujos estoques começaram a ser feitos em julho de 2015 e estão parados.Sobre a concorrência externa,a empresária lembrou ainda que, em 2012, o produto chinês levou boa parte dos clientes.“O custo dele era menor, então não tínhamos competitividade.Hoje, vemos que as pessoas voltaram a procurar o que fazemos aqui, alavancando o movimento”,declarou, destacando que a qualidade dos produtos é um dos diferenciais do que é feito no país, diferente do que acontece na China.Por outro lado, ela disseque se beneficia do aumento do dólar, porque exporta alguns produtos como os uniformes esportivos para escolinhas de futebol do Fluminense,Vasco, Botafogo e o Espanhol de Barcelona. Comisso, afirmou que a margem de lucro fica maior.

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