• Aliados nos tratamentos psicológicos, animais são incorporados a consultas

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  • 04/02/2019 17:00

    Que os gatos são animais sensitivos e energéticos não é novidade. Muitos dizem que eles são capazes de absorver energias e mudar o equilíbrio do ambiente. Mas muito mais do que isso, de um jeito leve e afetivo, estes animais têm ajudado pacientes a superar a depressão e transtornos psicológicos. 

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    Consultas e terapias estão cada vez mais frequentes no ambiente online

    Com uma presença despretensiosa, os gatos Hugo, Gerson Henrique e Anabela começaram a mudar a rotina de consultas dos pacientes da psicóloga Ana Paula Ligeiro. Há alguns anos, depois que começou a realizar os atendimentos em casa, os animais passaram a participar das consultas. Eles deitavam no colo da psicóloga, no colo dos pacientes e com isso Ana Paula notou que uma coisa foi mudando no tratamento desses pacientes. 

    As consultas ficaram mais leves. A afetividade com os animais trouxe uma sensação de relaxamento e abertura durante as sessões, contribuindo visivelmente para a melhora dos pacientes. “Eles ficavam perambulando pela sala. E notei que se aproximavam principalmente dos pacientes com mais dor, que tinham uma tristeza muito grande”, contou Ana Paula. 

    O auxílio dos animais nas sessões começou há 17 anos, o Hugo e o Gerson Henrique morreram, e quem deu continuidade foi a gatinha Anabela. Ana Paula conta que há alguns anos teve uma paciente, de 4 anos, que tinha mutismo seletivo. Só conversava em casa com familiares, e não falava na escola e com outras pessoas. Quando chegou para o tratamento, não conversava. E quem ajudou a fazer a intermediação foi o Hugo.

    “Ela chegava aqui para as sessões e só conversava com o Hugo. Falava para ele como se sentia, o que queria fazer. E através desse diálogo com o animal que conseguimos a abertura para iniciar o tratamento. Hoje ela é uma tagarela, e a presença do animal contribuiu muito para isso”, contou. 

    Em um outro caso, a psicóloga contou que uma paciente tinha perdido o esposo. Na primeira sessão após o luto, assim que chegou na sala deu de cara com o gato Gerson Henrique deitado no sofá com uma sacola de papel na cabeça. A gargalhada que paciente deu fez daquela sessão mais suave e o luto foi encarado de uma forma muito mais fácil. 

    “Tenho pacientes que indiquei que adotassem animais de estimação. Não digo só cães e gatos, mas qualquer animal que faça experienciar essa qualidade de amor gratuito. Tenho pacientes que só falavam de dor e agora falam desse amor. Só tenho coisas positivas, afetivamente só trouxe melhoras”, destacou.

    O tratamento psicológico e psiquiátrico com animais no Brasil é conhecido pela psiquiatra Nise da Silveira, que enquanto trabalhou no Setor de Terapia Ocupacional do Pedro II, na década de 40, encorajou os pacientes psicóticos a conviverem com gatos e cachorros. O resultado positivo impulsiona estudos até hoje na promoção do tratamento com animais. 

    A companhia de animais domésticos ajuda no convívio com as crianças, pacientes que sofrem com depressão e bullying. “Trabalho o comprometimento das famílias com os animais. A presença deles trabalhar a segurança e a autoestima desses pacientes. Através dos pets o tratamento do quadro dos pacientes fica mais fácil”, disse. 


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