Alemanha, Reino Unido e França pedem trégua em Gaza
Em uma aparente mudança de direção, Alemanha, Reino Unido e França pediram neste domingo, 17, a Israel uma trégua na guerra em Gaza. Os EUA parecem ter se juntado à pressão europeia. O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, chega nesta segunda, 18, a Tel-Aviv com um recado da Casa Branca: reduzir a escala da guerra.
Os ministros das Relações Exteriores de Alemanha e Reino Unido – Annalena Baerbock e David Cameron – assinaram um artigo publicado ontem no Sunday Times pedindo um “cessar-fogo sustentável” em Gaza. “Civis demais já foram mortos na guerra”, disseram. “Temos de fazer tudo o que pudermos para preparar o caminho para um cessar-fogo sustentável, que leve a uma paz sustentável.”
Pouco depois, a chanceler da França, Catherine Colonna, chegou a Israel e também pressionou por uma trégua com um discurso muito parecidos. “Muitos civis estão sendo mortos”, disse Colonna, ao lado de seu colega israelense, Eli Cohen.
Nesta segunda, Austin se reunirá com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para discutir em detalhes quando e como o Exército começará uma nova fase que, segundo as autoridades americanas, envolverá grupos menores de forças de elite.
RENÚNCIA
Neste domingo, Netanyahu parecia imune à pressão e prometeu continuar lutando em Gaza, mesmo após a comoção causada pela morte por engano de três reféns israelenses pelos próprios militares de Israel, o que levantou novas questões sobre como seu governo está conduzindo a guerra.
A morte dos três, que seguravam uma bandeira branca, estavam sem camisa pedindo socorro em hebraico, pode dar impulso àqueles que defendem um novo cessar-fogo para permitir a libertação de mais sequestrados.
O principal líder da oposição israelense, Yair Lapid, pediu ontem a renúncia imediata de Netanyahu. Ele prometeu levar o caso ao Parlamento e disse que pedirá um voto de desconfiança para abrir caminho para um novo governo liderado por outro primeiro-ministro.
“Netanyahu deve renunciar imediatamente. Precisamos de mudanças, Ele não pode continuar como primeiro-ministro”, afirmou Lapid, que acusa Netanyahu e o aparato de segurança sob sua liderança de uma “falha imperdoável” por não terem evitado os ataques do Hamas em 7 de outubro, que mataram mais de 1,2 mil israelenses e deram início à guerra. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.