Álcool em gel por R$ 2,90? Confira a média de preços do produto antes da pandemia em Petrópolis
Um levantamento realizado pelo Procon Petrópolis em parceria com a secretaria de Desenvolvimento Econômica mostra que o preço médio da embalagem do álcool em gel, embalagem de 500g, nas farmácias de Petrópolis era de R$ 10,99 logo no início da pandemia do novo coronavírus no país. Uma embalagem contendo entre 60 e 70 gramas chegava a custar R$ 2,90 em uma farmácia. Os dados são usados para análise dos preços durante ações de fiscalização e de apuração de denúncias de preços abusivos – os canais de atendimento do Procon têm registrado média diária de 300 denúncias desse tipo desde o início da pandemia.
“No dia 18 de março, começamos a percorrer os estabelecimentos na operação conjunta com a Polícia Civil, através das delegacias do Retiro (105ª DP) e Itaipava (106ª DP). Estamos cobrando as notas de compra e venda do álcool em gel. Até agora, 95 estabelecimentos foram intimados a apresentar as notas”, informa a coordenadora do Procon/Petrópolis-RJ, Raquel Motta.
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Nas notas, a equipe de fiscalização identificou que o valor mais barato da embalagem de 420g do álcool em gel foi encontrado (no período da análise) na rede City Farma, por R$ 13,90. O valor mais alto, na rede Pizzer, por R$ 18. O preço médio para a quantidade ficou em R$ 16,32 (enquanto o de compra, R$ 10,10). Em relação à margem de lucro, quem aplicou o menor markup foi a rede de drogarias Galanti, 44,4%. Já o maior percentual, foi da rede Pague Menos, 172,4% (a margem é resultado de uma compra do produto, no valor de R$ 5,87 – bem abaixo do valor de compra das demais farmácias fiscalizadas). A média ficou em 68,46%.
Na embalagem de 500g, o menor preço de venda foi o da rede Tamoio, R$ 10,99. Também foi da rede o menor markup, 32,41%. Já o maior valor foi o da Albmed, que vendeu o produto a R$ 21. O maior markup foi o da drogaria Raia, 107, 31%. Em média, o produto foi comprado por R$ 10,11 e vendido por R$ 16,78. A margem de lucro média ficou em 66,73%.
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Para a embalagem de 60-70g foi também da drogaria Raia o maior preço, R$ 7,69. O maior percentual de lucro na Pague Menos, 197,02% (que comprou a R$ 1,68 e vendeu a R$ 4,99). O menor preço de comercialização foi o da Tamoio, R$ 2,90. E o menor markup o da Cristal, 39,38%. Em média as farmácias compraram a quantidade de álcool em gel por R$ 2,59 e venderam a R$ 4,95, com margem de lucro média de 86,5%.
“Nós apuramos o preço do álcool em gel. Muitos estabelecimentos que foram flagrados comercializando com valor bem a cima do que praticavam antes alegam que já adquiriram o produto mais caro dos distribuidores. Com as notas de março, estamos checando se eles de fato mantiveram a mesma margem de lucro. Se percebemos que houve crime contra o consumidor, vamos autuar. Se são os distribuidores que elevaram os preços, vamos acionar o Procon estadual”, disse Raquel Motta.
De acordo com a coordenadora do Procon, o órgão também apura os preços das máscaras de proteção, luvas e outros produtos que ficaram mais caros a partir da pandemia. “Os estabelecimentos que aumentaram o preço serão notificados e intimados a apresentar as notas. Constatado que houve uma cobrança abusiva no preço, tirando proveito do momento da pandemia, serão autuados e multados”, garantiu.
Raquel destaca que o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou nota técnica para orientar o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor sobre como lidar com a abusividade na elevação dos preços dos diversos produtos e serviços que podem ser afetados em virtude da pandemia do coronavírus.
Embora o atendimento presencial tenha sido temporariamente suspenso no Procon Petrópolis, o órgão continua recebendo denúncias pelo telefone (24) 2246-8477 e WhatsApp (24) 98857-5837 (apenas mensagem de texto). O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, entre 10h e 17h.