Alckmin será coordenador de transição; Gleisi diz que Bolsonaro deu aval
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) como coordenador da equipe técnica que trabalhará na transição de governo durante os próximos dois meses. A escolha foi anunciada nesta terça-feira, 1º, pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ela e o ex-ministro Aloizio Mercadante também integrarão a equipe, que será dividida por áreas.
Gleisi afirmou que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), disse a ela que foi determinação do presidente Jair Bolsonaro (PL) instalar o processo de transição.
Em 2002, o grupo de transição de Lula foi coordenado por Antonio Palocci, que foi posteriormente indicado para assumir o Ministério da Fazenda. Também na época, Lula e o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se reuniram em Brasília na terça-feira logo após o primeiro turno para começar a discutir a transição. Em 2002, as equipes do petista e do governo tucano participaram do encontro para dar início ao processo.
Desta vez, no entanto, o anúncio da transição acontece de maneira unilateral, uma vez que Bolsonaro ainda não fez nenhum pronunciamento a respeito da sua derrota. Mesmo assim, integrantes da equipe de Lula mantêm contato com aliados do atual presidente. Na segunda-feira, 31, Gleisi conversou por telefone com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e Alckmin telefonou para o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
O pedido de liberação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para sediar o governo de transição em Brasília já chegou ao banco público, que é responsável pelo espaço, segundo fontes próximas à equipe econômica. Ciro Nogueira afirmou em conversas reservadas com a cúpula do PT que o Executivo irá disponibilizar o CCBB para a transição.
Usar o CCBB como local de trabalho da equipe de transição é o de praxe. Transições entre governos no passado recente ocorreram no CCBB em Brasília. Mas o uso do espaço chegou a ficar sob dúvidas diante da resistência de Bolsonaro em reconhecer a vitória de Lula nas urnas. O chefe do Executivo está há 40 horas sem reconhecer a derrota para o petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleição.