• AGU reage a relatório de Trump e diz que punir golpistas é respeitar direitos humanos

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  • 13/ago 11:16
    Por Raisa Toledo/Estadão I Foto: Wilton Junior/Estadão

    O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, divulgou nessa terça-feira (12), uma nota de resposta ao relatório anual sobre direitos humanos e liberdades políticas no Brasil, elaborado pelo governo dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump.

    O documento norte-americano afirma que a situação dos direitos humanos no Brasil “se deteriorou” e faz críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e à prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    O texto do Departamento de Estado acusa o governo brasileiro de impor restrições “desproporcionais” à liberdade de expressão e à atuação de usuários na internet, além de apontar suposta “perseguição política” a Bolsonaro.

    Em nota publicada em seu perfil no X (antigo Twitter), o advogado-geral da União afirma que um país comprometido com a democracia deve punir tentativas de golpe com rigor.

    “Um governo que respeita os direitos humanos é um governo que reconhece a jurisdição das Cortes internacionais e com elas colabora ativamente”, afirmou Messias.

    O comunicado também reforça que uma democracia constitucional “não confunde ações independentes do Judiciário com atos do Executivo” e que não se deve “menosprezar ataques ao Estado de Direito” nem “acolher narrativas fantasiosas disseminadas por extremistas”.

    “No Brasil, estamos abertos ao diálogo, que precisa ser pautado pelo respeito e pela verdade”, diz o ministro.

    O Itamaraty e o STF ainda não se pronunciaram sobre o conteúdo do relatório.

    O que diz o documento do governo Trump

    De acordo com o relatório, “a situação dos direitos humanos no Brasil piorou ao longo do ano” sob a gestão do presidente Lula e os tribunais brasileiros “tomaram medidas amplas e desproporcionais para minar a liberdade de expressão e a liberdade na internet”.

    O texto também acusa o governo brasileiro de suprimir desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, jornalistas e políticos eleitos.

    De acordo com o jornal The Washington Post, a publicação gerou desconforto no próprio Departamento de Estado americano, com diplomatas relatando “politização” do processo em relação a anos anteriores.

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