• Agente da Abin próximo de Tarcísio é demitido por abandono de cargo

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  • 23/set 16:30
    Por Vinícius Novais / Estadão

    O oficial de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Fabrício Cardoso de Paíva, foi demitido. Paíva estava licenciado desde 2019 para trabalhar no Ministério da Infraestrutura. Posteriormente, ele participaria da campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo do Estado de São Paulo. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União assinada pelo ministro da Casa Civil Rui Costa e se apoia no artigo 132 da lei do funcionalismo público que trata de abandono de função.

    A Abin e o governador Tarcísio de Freitas foram procurados para comentar o caso, mas não responderam até a publicação deste texto. A reportagem do Estadão também não conseguiu localizar Paíva.

    Paíva se licenciou da Abin em junho de 2019 para trabalhar no Ministério da Infraestrutura como Coordenador-Geral de Pesquisas e Informações Estratégicas da Subsecretaria de Conformidade e Integridade. Na época Tarcísio de Freitas era o ministro responsável pela pasta. Ambos estudaram na Academia Militar das Agulhas Negras na mesma época, de 1993 a 1996.

    Em 2022 Paíva saiu do ministério quando Tarcísio foi disputar as eleições. Mas, antes de ter outro licenciamento aprovado, deixou o posto para trabalhar na campanha do atual governador. Durante a campanha, o ex-agente se envolveu em uma polêmica ao tentar fazer que um cinegrafista apagasse imagens do evento na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, interrompido por tiros.

    Em 17 de outubro, Tarcísio de Freitas visitava Paraisópolis quando sua agenda foi interrompida por um tiroteio. O episódio resultou na morte de um homem identificado como Felipe Lima, de 27 anos. Ele tinha passagens criminais por roubo e tráfico de drogas, apurou o Estadão na época.

    Durante o ocorrido, Paíva pediu para um cinegrafista apagar as filmagens da confusão causada pelos disparos. O então candidato, Tarcísio, confirmou a história. “Ele pediu o seguinte: ‘olha, apaga isso, apaga aquilo’, sabe por quê? Preocupação com as pessoas, porque lá tinha equipe de produção, lá tinha equipe de comunicação, lá tinha outros profissionais, porque a campanha vai acabar, mas a vida das pessoas prossegue, e a preocupação foi com a segurança”, justificou no debate da TV Globo para o governo de São Paulo.

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