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Nessa quarta-feira (05), o Podcast Tribuna, comandado pelo locutor Cláudio Florio, recebeu a advogada trabalhista Milena Kling, que falou sobre a síndrome de burnout.
A advogada explica que a doença causa sintomas como esgotamento físico e mental em situações relacionadas ao trabalho: “a palavra burnout em português é traduzida como esgotamento, e ela acontece quando o indivíduo não consegue mais produzir; ele se sente completamente esgotado fisicamente e emocionalmente, a ponto de não ter mais ânimo para aquele trabalho.”
Recentemente, a síndrome passou a ser classificada como questão de saúde pública no Brasil, além de ser incluída na lista de doenças ocupacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a inclusão do burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID), os trabalhadores diagnosticados com essa condição terão os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários que os portadores de outras doenças relacionadas ao trabalho. Isso significa que, após o diagnóstico, o código QD85 da CID será inserido no atestado médico, garantindo acesso a benefícios e proteção legal.
Para Milena, o ato é muito importante, devido ao preconceito em relação às doenças mentais no país.
“Antigamente, o indivíduo era descartado quando se apresentava extremamente estressado ou passava a não ser mais produtivo. Mas agora com burnout na lista de doenças laborais da OMS, os direitos desse indivíduo são resguardados, e ele passa a ter o direito à reabilitação, a ser afastado pelo INSS e a uma estabilidade para que possa futuramente retornar ao mercado de trabalho.”
Milena atua na área trabalhista desde 2005, e faz um alerta às pessoas que vivem com a síndrome.
“O trabalhador deve sempre estabelecer os seus limites, entender o que está acontecendo e procurar ajuda de um especialista no caso. Na área de direito do trabalho, nós buscamos sempre proteger os trabalhadores, além de estabelecer normas e regras que visam garantir a segurança, a dignidade e a justiça no ambiente de trabalho”, conta a advogada.
De acordo com um levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% das pessoas ocupadas no Brasil sofrem com o burnout, o que coloca o país em segundo lugar no ranking mundial de casos. Essa é uma questão preocupante, especialmente porque a síndrome pode ter consequências graves para a saúde mental e física dos trabalhadores.
As políticas públicas para combater o burnout no Brasil tem avançado nos últimos anos, mas segundo Milena, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
“Há ainda uma grande dificuldade no SUS de acesso a tratamentos psicológicos e de remédios de ponta. Acredito que uma assistência de qualidade iria ajudar na identificação da doença e no tratamento precoce, além de uma política de fiscalização mais atuante do Ministério do Trabalho nas empresas em que há muitos afastamentos por burnout“, diz a advogada.
Quem é Milena Kling
Milena Kling é advogada formada pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), em 2007. Ela atua na área de direito do trabalho desde 2005.
Milena possui MBA em Direito e Processo do Trabalho pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente, ela é advogada sênior do escritório RTR Consultores Trabalhistas, que tem matriz no Rio de Janeiro e filial em Petrópolis.
O escritório RTR Consultores Trabalhistas tem 46 anos de existência e é o mais atuante na cidade em relação à advocacia empresarial especializada na área trabalhista.
O Podcast Tribuna é veiculado toda quarta-feira, a partir das 9h30, na Rádio Tribuna FM. Ouça em 88.5, pelo site tribuna.fm.br ou pelo app da Rádio Tribuna FM.
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