Adotar para salvar
Nesses dias de carnaval, onde temos tempo para ler mais um pouco, tomei conhecimento de uma matéria que falava sobre adoção de pequenos. Há muito, a ciência comprova que os menores precisam de mais do que simplesmente ter suas necessidades básicas, como alimentação e higiene atendidas. A falta do dia a dia familiar, o cheirinho de nossa casa, os parentes, tudo que envolve uma família, pode e vai fazer muita falta num futuro próximo.
Também é comprovado, que devolver a criança aos pais biológicos, desde que tenham reais condições de criar o filho, é o melhor. A ciência tem reafirmado que a falta de vínculo pessoal, brincadeiras e conversas têm impacto no desenvolvimento do cérebro infantil, podendo gerar atrasos cognitivos e emocionais permanentes. Na cidade de São Paulo, estão em testes convênios com três organizações que recrutam e preparam famílias para realizar o acolhimento de crianças.
Municípios como, Cascavel(PR) e Campinas(SP) já são considerados referências nesse tipo de trabalho. Sabemos que através dos tempos, e em Petrópolis não foi diferente, na adoção se optava por crianças com a mesma tonalidade da pele de quem ia adotar – e aí não vai nenhuma crítica a quem fez assim, hoje sabemos que contar a verdade e ir começando desde o entendimento da criança, é o melhor caminho, mostrando a diferença entre não ter saído da barriga da mãe adotiva, da mãe biológica.
Mas, as causas, pouco se vê em discussão, ou quase nada, algumas religiões não deixam que a discussão avance, mas é preciso antes de tudo, educar na infância para não punir depois. Sairia muito mais barato para o Estado educar, onde a Assistente Social, teria um papel superimportante, ao abraçar a adolescente envolvida em drogas, sexo desde cedo, maltratada muitas vezes em suas “casas”, sem bons exemplos dos pais, enfim, cortar os futuros problemas pela raiz, mas, aí, é história para outro artigo.
A bem da verdade, o estatuto da criança trouxe avanços neste sentido, mas se a criança não tem uma família constituída, também não terá amanhã filhos com responsabilidades. As últimas pesquisas mostram que adolescentes que terminam o ensino médio não engravidam fora do tempo, para saírem de casa ou por qualquer outro motivo, bem diferente, daqueles que não completaram sequer o ensino Fundamental, ou seja, sem educação de verdade, vai demorar muito tempo ainda para tirarmos nossas crianças de abrigos sem alma, sem o carinho e o aconchego dos pais, mesmo pais adotivos