• Administração de cemitério transforma mausoléu em depósito de obra

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  • 13/09/2020 08:00

    O que deveria ser uma visita ao mausoléu da família, no Cemitério Municipal do centro da cidade, no último dia 7 de setembro, virou uma dor de cabeça e tanto para a família da Baronesa D´Icarahy. Ao chegarem ao local, os parentes encontraram uma cena inesperada: o espaço estava sendo usado como depósito – de coroas de flores, panelas e até material de obra. A família diz que o uso indevido era de funcionários do próprio cemitério, que, chegaram até a trocar o cadeado do portão de acesso ao espaço, sem autorização da família. 

     

    Os familiares denunciam que o uso indevido não chega a ser uma novidade: acontece há pelo menos três anos, mas recentemente, após várias reclamações e denúncias, a questão parecia ter sido resolvida. “Mas agora, no dia 7, não pude entrar porque trocaram o cadeado que colocamos por outro. Isso é um absurdo! Um total desrespeito”, lamentou a bisneta da baronesa, Daniela D´Icarahy. Ela fez um vídeo e procurou o administrador do cemitério, que não estava no local. “Disseram que ele não estava e não tinham informação sobre o que estava acontecendo com o mausoléu da minha família”, disse Daniela.

    Na manhã desta sexta-feira (11), ela retornou ao cemitério, mas todo o material que estava guardado no mausoléu já tinha sido retirado. “Tiraram o cadeado que eles colocaram sem a nossa autorização e levaram as coisas. Agora, vamos ter colocar outro cadeado e esperamos que não usem mais de forma indevida”, comentou Daniela. A família vai processar a Prefeitura pelo uso do espaço indevidamente e por invasão de propriedade. “Esse espaço é nosso não podem entrar aqui sem a nossa autorização”, frisou.

    A família tem dois mausoléus. Em um deles está enterrado o corpo da baronesa. Já o outro, está vazio. Os dois já foram usados como depósito pela administração do cemitério. “Há três anos, quando viemos enterrar meu pai, o mausoléu estava fechado e lotado de material usado pelos coveiros. Não pude enterrar meu pai aqui. Tivemos que levar o corpo para o Rio, onde a família tem outra campa. Estamos denunciando isso há anos”, contou Daniela.

    Além do uso indevido dos mausoléus, a família também denuncia o despejo de pedaços de caixão, entulho e lixo verde sobre a estrutura. Com o peso, uma das telhas e os vitrais internos já quebraram. Outro problema denunciado por eles é com relação ao piso de mármore dos mausoléus, que foram danificados com cimento. “Eles fazem massa dentro do mausoléu!”, disse o irmão de Daniela, Flávio D´Icarahy.

    Questionada, a Prefeitura não explicou a invasão do mausoléu nem informou se tomará alguma medida para apurar o caso. Em nota, informou apenas que “a administração dos cemitérios municipais já realizou a limpeza do espaço”.

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