• Adeus às armas

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  • 06/03/2018 12:30

    Que me perdoem os que lutam pela moralização do país, puros de coração que sonham com um futuro promissor que nunca chega, e os que me escrevem comentando os temas que abordo nas crônicas, sem fantasia. Que me perdoem, mas desisto! Desisto, não de ser claro e fiel aos meus princípios, mas diante das aberrações deste país de fachada, onde a hipocrisia impera, mascarada pelas figuras que protegem corruptos e se enfeitam como se probas fossem, atrás de cortinas “engorduradas”. Na minha idade, nada espero do futuro se só o passado me conforta, pelo tanto que zelei com as armas que possuo – a palavra. É meu currículo!

    Já escrevi que em “prostíbulos não há virgens” e agora, “que ninguém é casto quando lá se aboleta”. Já escrevi que “político não fala, arrota, se tudo que profere dá mau cheiro nas mentiras”. Achei que poderiam existir homens sérios em algum lugar desses malfadados governos e descubro uma aberração das aberrações na Receita Federal, que penaliza o cidadão comum e protege os mercenários da cúpula:

    “Apuração de crimes fiscais de políticos esbarra em ‘lista VIP” da Receita. Em 12 meses, dobrou o número de pessoas que só podem ser investigadas com aval de algum chefe da Receita, num momento em que o país vive sob a pressão de tirar os privilégios dos políticos com projetos para o fim do foro privilegiado criminal e serem investigados na Justiça comum e não no STF, mas outra lista VIP cresce dentro da Receita Federal. No último ano o órgão dobrou o número de cidadãos que possuem uma espécie de “foro privilegiado fiscal”. Em doze meses, o número de pessoas que só podem ser investigadas após a autorização de algum chefe da Receita, atingiu 6.052 nomes. No ano passado, eram cerca de 3.000. Nessa relação estão autoridades que ocupam ou ocuparam nos últimos cinco anos os cargos de deputado federal, senador, presidente da República, ministro de Estado, dirigentes de empresas estatais, reitores de instituições federais, entre outros. Elas são denominadas pessoas politicamente expostas.” 

    Assim, não há mais nada a se questionar com tal quadrilha de políticos imorais, que conduzem o país. Desisto e me recolho à minha insignificância de cidadão comum, mas sem perder a linha, e tenho de me curvar para quem sempre diz: “Não adianta – cada um é o que é”. E dou uma guinada, rezando para não ter uma recaída para não falhar, e me debruço sobre a escrita de modo diferente (será?) e de outros temas mais amenos – se encontrá-los, que agrade o leitor..

    Mas de pronto me vem à memória um antigo conto do inglês Somerset Maugham,  “Chuva” (Sadie Thompson), muito realista que a personagem encerra com palavras contundentes: –  “Os homens são uns porcos, uns porcos!”. E para entender, só lendo-o.

    jrobertogullino@gmail.com

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