Acusado de matar a família diz que não se lembra do dia do crime
O pedreiro Jorge Luis Evangelista, de 51 anos, acusado de matar brutalmente a ex-mulher Luciana Vieira Rodrigues, de 32 anos e os três filhos – Wesley, de oito anos, Emili de 13 e Evelin, de 10 anos – disse ao advogado André Reis que não lembra do dia do crime. Jorge está internado sob escolta policial desde a última quarta-feira (29) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Teresa (HST) com 70% do corpo queimado. O estado de saúde dele é considerado grave.
“Conversei brevemente com ele na quinta-feira e o que ele me disse é que não lembra o porque está no hospital. Ele não lembra de nada do que aconteceu no dia do crime”, informou o advogado que foi contratada por uma das filhas do acusado. André Reais informou ainda que requereu laudos psicológicos e psiquiátricos que vão apontar o estado mental do acusado.
A polícia continua com as investigações e ainda não ouviu o acusado. Jorge foi preso 24h horas após o crime. Ele estava em um córrego no meio da mata no bairro Floresta, próximo a casa da família onde o assassinato aconteceu. “Na próxima semana vamos dar continuidade aos depoimentos, ainda faltam familiares das vítimas a serem ouvidos”, disse o delegado titular da 105ª Delegacia de Polícia (DP), Claudio Batista. Outra questão é a arma usada no crime, um revólver calibre 38, que ainda não foi encontrada.
Segundo a polícia, Jorge teria matado primeiro as crianças, com um tiro na cabeça a queima roupa. Os corpos foram encontrados do lado de fora da casa, na varanda. Depois ele teria ido na casa da avó de Luciana, localizado ao lado do imóvel da família. No local, estava a ex-companheira, a sogra, Evanete Vieira, de 53 anos e a cunhada Kelly Vieira. Evanete tentou defender a filha e acabou sendo atingida com um tiro no pescoço. “Eu cai e ele levou a minha filha”, contou Evanete. Ela ficou internada por 24 horas no Pronto Socorro do Alto da Serra e teve alta para acompanhar o enterro da filha e dos netos, ocorrida na manhã da última quinta-feira (30). Luciana foi morta também com um tiro na cabeça, próximo ao local onde os filhos estavam. Após o crime, Jorge colocou fogo na casa e fugiu, a pé, pelo mato.
Para a polícia, Jorge premeditou o crime pois dias antes havia vendido o carro para comprar a arma. Dois antes do assassinato, ele teria dado uma facada em Luciana e também fugido. A agressão foi registrada na 105ª Delegacia de Polícia. Contra ele também há outro registro de agressão a ex-mulher, ocorrido em 2015. Na época, Luciana desistiu de dar continuidade ao processo.